segunda-feira, 26 de maio de 2014

Alertas de Mercado: Mandioca, Ovo e Soja



Mandioca

No geral, o clima foi favorável à colheita de mandioca na última semana, o que possibilitou o avanço da safra nas regiões acompanhadas pelo Cepea. Ainda na expectativa de que os preços sigam caindo ou com necessidade de liberação de áreas, parte dos produtores manteve o bom ritmo dos trabalhos no campo. 

No entanto, considerando as expressivas desvalorizações nas últimas semanas, que implicam em queda na rentabilidade, houve agricultores sinalizando retração na colheita. Ainda que o menor ritmo de colheita tenha sido pontual, há sinais de se reduzir ainda mais nas próximas semanas, já que os preços atuais se aproximam dos custos de produção. 

Na indústria de fécula, a oferta de raízes seguiu praticamente estável. Porém, algumas unidades já tiveram dificuldades em se abastecer. O ritmo de processamento só não caiu ainda mais porque as fecularias se abasteceram com parte da mandioca que seria destinada às farinheiras, que seguem diminuindo a quantidade processada. 

Ainda assim, o valor médio a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 234,55 (R$ 0,4079/grama na balança hidrostática de 5 kg), recuo de 3,8% ante o período anterior e de 19% em quatro semanas. Esta é a menor cotação desde agosto/12, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de abril/14).

Ovo

As cotações dos ovos vermelhos têm registrado altas sucessivas ao longo de maio, impulsionadas principalmente pela oferta restrita. Em algumas regiões pesquisadas pelo Cepea, chega a faltar produto. Esse cenário é reflexo do forte calor e de problemas sanitários ocorridos no início do ano, que resultaram em maior mortalidade de galinhas poedeiras, principalmente, vermelhas (mais sensíveis a essas adversidades do que as brancas). 

Na última semana, especificamente, além da menor oferta, as altas de preços estiveram atreladas à demanda relativamente firme. A maior valorização entre 16 e 23 de maio ocorreu em Belo Horizonte (MG) onde o preço do ovo vermelho colocado subiu 7,4%, a R$ 85,76/cx.

Soja

O cultivo de soja se intensifica no Hemisfério Norte, enquanto produtores da América do Sul estão iniciando – e, em alguns casos, avançando – os preparativos da safra 2014/15. Segundo pesquisadores do Cepea, a expectativa é de que a área mundial volte a crescer nesta temporada, mesmo que em menor intensidade que nas anteriores. No Brasil, tudo indica que a soja deve voltar a ganhar espaço do milho de primeira safra – cenário que já é observado nos Estados Unidos. 

Produtores brasileiros, contudo, devem ficar atentos às cotações para não perder a oportunidade de travar seus preços por meio de contratos antecipados, já que os estoques finais da safra mundial 2014/15 devem ser recordes, conforme indicam estimativas do USDA. De 16 a 23 de maio, os preços da soja em grão subiram no Brasil e nos Estados Unidos, puxados novamente pela receita do farelo de soja. 

Além das exportações, as demandas internas também estão firmes. No mercado doméstico nacional, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&FBovespa, que é baseado em negócios realizados, subiu 1,5%, a R$ 71,77/sc de 60 kg na sexta-feira, 23. 

A média ponderada das regiões paranaenses, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, avançou 2,25% no mesmo período, indo para R$ 68,80/sc de 60 kg na sexta. 


Fonte: Cepea – www.cepea.esalq.usp.br

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