quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

São Paulo: Previsões e Estimativas das Safras Agrícolas 2013/14 e Levantamento Final Ano Agrícola 2012/13


1 - Introdução

As previsões de área e produção de culturas no Estado de São Paulo referentes à safra agrícola 2013/14 e as estimativas de 2012/13 foram obtidas em levantamento realizado entre os dias 11 a 22 de novembro de 2013 pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) e pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) (Tabelas 1 a 9).

2 - Safra Agrícola 2013/14

O acompanhamento inicial da safra paulista de grãos 2013/14 - algodão, amendoim e feijão das águas, arroz, milho e soja - indica acréscimo de 1,71% na área cultivada, com queda, porém, de 1,24% na produção quando comparada com o mesmo período do ano anterior. A área total de plantio da atual safra alcançou 1,35 milhão de hectares contra 1,33 milhão de hectares na safra 2012/13.

Para a cultura do amendoim, o relativo aquecimento do mercado externo influenciou a decisão pelo plantio, sendo estimados 88,5 mil hectares cultivados com a leguminosa, ou seja, 3% acima na estimativa da área plantada da safra anterior. Nesse movimento destacam-se os EDRs de São José do Rio Preto e de Tupã. Quanto à produção, somente o monitoramento das condições climáticas poderá oferecer novos elementos frente à estimativa de ligeira redução exibida neste levantamento em que se constatou quantidade a colher de 316,3 mil toneladas.

Para a cultura do algodão, a expectativa é de redução de 4,7% na área plantada; estima-se passar de 11,1 mil hectares para 10,6 mil hectares. A produção deve alcançar 38,4 mil toneladas, montante que representa ligeiro aumento de 3,3% na comparação com a safra passada. É esperada produtividade da lavoura de 8,4% superior, a qual deve atingir 3,57 t/ha.

Quanto à cultura do arroz de sequeiro, de várzea e irrigado, os resultados do segundo levantamento para a safra 2013/14 apontam retrações na área de 7,3% e na produção de 5,3%, contabilizando 70,4 mil toneladas, com ganhos de 2,1% na produtividade.

O cultivo de feijão das águas deve sofrer retração de 6,3% na área cultivada em 2013/14 ao registrar 51,6 mil hectares cultivados, devido à expansão da sojicultura nas regiões tradicionais desse cultivo. A produção paulista prevista é de 108,2 mil toneladas, menor em 1,2% quando comparada à safra anterior. Desta forma, o incremento de 5,4% na produtividade média poderá ser insuficiente para compensar a redução na área plantada.

Para a cultura do milho, embora o preço pago ao produtor esteja remunerador, o levantamento registra tendência de decréscimos de 6,8% na área plantada e de 7,5% na produção, além de pequena queda de 0,7% na produtividade. Portanto, a área semeada pelo cereal no espaço paulista é prevista em 511,4 mil hectares e, caso a produtividade prevista em 6.341 kg/ha seja confirmada, a produção poderá ficar em 3.243,2 mil toneladas. Esse resultado, em parte, pode ser justificado pelas condições do mercado internacional da soja, economicamente mais favorável, visto que essas atividades - milho e soja - competem por terra, com os produtores optando pelo plantio da leguminosa em detrimento do cereal.

Outro aspecto pró-sojicultura decorre de seu emprego nas reformas dos canaviais paulistas. Portanto, para o cultivo da soja, prevê-se para esta safra área de cerca de 678,2 mil hectares, dimensão que perfaz incremento de 10,3% em 2013/14 quando comparada à safra encerrada. A expectativa de rendimento permanece praticamente inalterada nessa safra com -0,2%, contabilizando 2.128,1 mil toneladas, ou seja, 10,1% a mais que a anterior.

Para a safra paulista 2013/14 da batata das águas, esse levantamento indica elevação de 2,9% na área plantada, de 7,3% na produção (7,3%) e de 4,3% na produtividade. Tais incrementos proporcionam a expectativa de colheita da ordem de 211,1 mil toneladas em 8,0 mil hectares.

Em novembro conduz-se a primeira estimativa subjetiva da safra de café paulista. Em termos fenológicos, as lavouras encontravam-se em fase de enchimento dos frutos com formação do embrião (grãos). Assim, a estimativa inicial da safra 2013/14 atingiu o patamar de 4,9 milhões de sacas, representando incremento de 17,9% frente à safra anterior. Tal resultado decorre, particularmente, do ganho na produtividade média que poderá saltar das 22,35 sc./ha para 24,73 sc./ha, ou seja, expansão de 10,7% nesse quesito.

Todavia, esse expressivo incremento na quantidade colhida, ainda que esperado, em razão do comportamento bienal dessa lavoura, pode não se concretizar mediante a combinação de fatores climáticos associados à baixa remuneração pelo produto recebida pelos cafeicultores. Quanto ao fator biótico, existe possibilidade de que as elevadas temperaturas médias (dia e noite) observadas nos principais cinturões cafeicultores venham a comprometer a formação dos frutos, intensificando fenômenos como o chochamento, coração negro e moca. Ademais, sem recursos para investir em tecnologia nas lavouras, as plantas podem se ressentir de deficiências minerais e incidência danosa de pragas e doenças. Essa associação de fatores poderá resultar numa colheita menos volumosa, como reflexo da produtividade média.

Na bananicultura observou-se decréscimo de 1,2% na área plantada, 59,4 mil hectares, sem efeitos, porém, na produção que deverá expandir-se em 1,2% representando quantidade a ser colhida de 1.207,2 mil toneladas.

O terceiro levantamento das safras agrícolas do Estado de São Paulo, a ser efetuado em fevereiro de 2014, deverá trazer informações mais precisas sobre produções e produtividades para o ano agrícola 2013/14.

3 - Resultados Finais, Safra Agrícola 2012/13

O plantio de mudas e em plantio direto constituem a maior parcela de área cultivada com cebola no estado. Nessa safra destacaram-se as elevações da área plantada, estimada, respectivamente, em 3,0 mil hectares e 2,1 mil hectares (9,7% e 14,5% maiores em relação a safra passada). A produção foi de 94,6 mil toneladas (+ 11,3%) e 99,7 mil toneladas (+36,4%), resultado de aumentos no rendimento de 1,4% e 19,1%, respectivamente.

O levantamento final para a cultura da mandioca para indústria apontou acréscimo de 5,4% na área plantada, sendo que, dessa área total, 32,7% corresponde à área nova. Apesar de ligeiro acréscimo de 1,5% na produtividade, a produção prevista em 203,4 mil toneladas é 4,3% menor em relação a passada. A safra de mandioca para mesa indica que o volume de 203,36 mil toneladas produzido foi 8,2% superior ao estimado em 2011/12, pela ampliação de 19,6% da área em produção com o rendimento praticamente inalterado.

Para a cultura de tomate envarado, o levantamento final, safra 2012/13, apontou que a área plantada cresceu 2,5% em comparação com a safra 2011/12, passando de 8,39 mil para 8,60 mil hectares. Os ganhos de 7,2% na produção estimada, responsável pela colheita de 634,8 mil toneladas, são decorrentes dos fatores climáticos favoráveis, resultando em 4,6% a mais na produtividade.

Na cultura do tomate rasteiro, os números finais registraram perdas de 5% na área e de 3,1% na produção, comparativamente à safra 2012/13. Somente o rendimento teve pequena elevação de 2,0%, encerrando a temporada com 349,7 mil toneladas obtidas em 4,3 mil hectares cultivados.

A estimativa para a cana-de-açúcar destinada à indústria totalizou 5.501,8 mil hectares colhidos, com produção de 444,3 milhões de toneladas, montante que perfaz incremento de 4,6% em relação à safra anterior. Em termos de produtividade estadual, houve elevação de 1,9% com rendimento médio de 80,7 t/ha, influenciado tal desempenho pelas boas condições climáticas e maiores investimentos nos tratos culturais ocorridos no inicio da safra. Nos EDRs localizados no oeste paulista, foram registrados aumentos de área mais significativos do que nos demais cinturões produtivos estaduais.

A safra paulista de laranja estimada para 2012/13 encerrou-se com volume total de 286,4 milhões de caixas de 40,8 kg colhidas, ou seja, 19,4% inferior ao obtido na safra anterior. A tendência negativa deve-se tanto a fatores climáticos, dados os períodos de sol intenso e pouca chuva, quanto a falta de investimento nos tratos culturais devido à baixa remuneração recebida pelo produtor. No decorrer da safra foram assinalados fenômenos como a maior incidência de doenças que vêm acometendo os pomares, majoritariamente o greening, associado à elevação da taxa de erradicação, que afetaram a estimativa final para essa fruta.

A quantidade contabilizada pela estimativa inclui tanto as frutas comerciais como os frutos provenientes de pomares não destinados ao mercado, acrescido das perdas relativas ao processo produtivo e à colheita, excetuando-se a produção oriunda das áreas que foram erradicadas entre março/abril, época da primeira previsão, e novembro, época do fechamento da estimativa. Portanto, no encerramento da safra 2012/13, a área total com o cultivo de pomares foi de 503,7 mil hectares, extensão 7,0% inferior àquela obtida na safra passada. Para essa safra, a produção média por hectare é 0,7% superior à da safra anterior.

O destino da fruta permaneceu nos percentuais históricos, com cerca de 80% do volume colhido absorvido pelas indústrias processadoras de suco.

Para a elaboração dos números índices (Laspeyres) que refletem a evolução da agricultura paulista no ano agrícola 2012/13 em comparação ao período anterior, foram selecionadas as lavouras mais importantes em valor da produção. Os resultados agregados indicam ligeiro crescimento na produtividade da terra de 0,38% com simultâneo incremento de 1,5% da área plantada, resultando em acréscimo de 2,20% no volume produzido (Tabela 6).
  
Tabela 6 – Evolução da Agricultura na Safra Agrícola 2012/13 Relativamente a 2011/12, Estado de São Paulo
Culturas/Produtos
Produção1
Área2
Produtividade
da terra3
Anuais4
108,90
103,98
104,73
Grãos5
110,36
104,44
105,66
Perenes e semiperenes6
100,86
100,83
99,67
Total
102,20
101,46
100,38


1Índice Laspeyres; ano-base 2011/12 e base de ponderação 2011/12 = 100.

2Índice simples de área cultivada; 2011/12 = 100.

3Índice Laspeyres de produção/índice simples de área em produção.

4Abóbora; abobrinha; alface; algodão; amendoim das águas e da seca; arroz em casca; batata das águas, de inverno e da seca; batata doce; beterraba; cebola de muda e de bulbinho (soqueira); cenoura; feijão das águas, de inverno e da seca; melancia; milho e safrinha; pimentão; repolho; soja e safrinha; sorgo granífero da seca e das águas; tomate envarado e rasteiro e trigo.

5Algodão; amendoim das águas e da seca; arroz em casca; feijão das águas, de inverno e da seca; milho e safrinha; soja e safrinha; sorgo granífero da seca e das águas e trigo.

6Abacate; abacaxi; banana; café; cana para indústria; caqui; figo para mesa; goiaba de mesa; goiaba para indústria; laranja; limão; mandioca; manga; maracujá; pêssego para mesa; seringueira; tangerina e uva para mesa.

Fonte: Instituto de Economia Agrícola e Coordenadoria de Assistência Técnica Integral.

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