segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Cafeicultores terão dívidas de custeio e de comercialização prorrogadas por cinco anos


O Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Antônio Andrade, anunciou medidas para aliviar a situação dos produtores de café que enfrentam dificuldades financeiras devido à forte queda nos preços do grão no mercado. Em entrevista, o ministro informou que os cafeicultores terão suas dívidas das linhas de custeio e de comercialização prorrogadas por cinco anos, com pagamento da nova parcela do financiamento a partir de julho de 2015. As medidas foram aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), por meio de resolução.

O cafeicultor, ainda segundo Antônio Andrade, ao renegociar seus débitos, terá de pagar 20% do saldo até a data que formalizar o interesse em renegociar suas dívidas junto aos bancos, renegociando os restantes 80% da dívida no decorrer dos próximos cinco anos.

Dúvidas persistem - De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), mesmo com anúncio das medidas, ainda existem dúvidas sobre as fontes dos recursos e os prazos das dívidas vencidas e vincendas que entrarão na renegociação. No decorrer da próxima semana os técnicos da CNA irão avaliar o conteúdo das resoluções do CMN para saber se haverá necessidade de novos ajustes a serem negociados com o governo.

Na prática, está sendo concedido ao produtor de café um prazo de carência de até dois anos para iniciar o pagamento, com base nas datas de vencimento de seu contrato de financiamento.

A CNA já havia encaminhado aos ministros da Fazenda e da Agricultura proposta suspendendo o pagamento das dívidas dos cafeicultores, por 120 dias. Esse estudo, contudo, ainda não recebeu o aval do governo. Nesse cenário, em março de 2015 seria divulgado um plano consistente de incentivo ao cafeicultor, definindo com detalhes o total das dívidas e o perfil das mesmas.

Mesmo assim, a CNA já iniciou estudos sobre a viabilidade econômica da cafeicultura no país, com o objetivo de mostrar o quadro real do endividamento do setor e da capacidade de pagamento do produtor de café. Diante das medidas anunciadas pelo Ministro Antônio Andrade, a Comissão Nacional do Café, da CNA, irá propor ao governo medidas que, de fato, possam resolver a situação e melhorar a renda do produtor.

Queda nos preços - A estimativa da CNA é que, os preços do café continuem baixos até meados de 2015. Por outro lado, os produtores convivem com elevados custos de produção, principalmente em decorrência da necessidade de contratação de mão de obra nas regiões dede montanha, onde há impossibilidade de mecanização. Onde a colheita é feita manualmente, os custos representam mais de 50% de todos os gastos do produtor.

No biênio 2014/15 os produtores de café tipo arábica continuarão enfrentando dificuldades financeiras devido à perspectiva de pressão de oferta mundial e continuidade do viés de baixa das cotações, segundo mostra estudo de mercado elaborado pela CNA. A alta das cotações do produto em 2010 e 2011 “amenizou as perdas dos cafeicultores, mas os preços não se sustentaram e se encontram atualmente no menor patamar dos últimos cinco anos”, destaca o documento.

Assessoria de Comunicação CNA
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