terça-feira, 12 de novembro de 2013

Associação dos Criadores de Mato Grosso consegue implantação de uma linha de crédito para o segmento de cria da atividade pecuária


A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) conseguiu aprovação de proposta para implantação de uma linha de crédito no Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) voltada para o segmento de cria da atividade pecuária. O objetivo é garantir renda aos produtores e estimular o melhoramento genético e consequentemente na qualidade de bezerros. O aval do segmento ao FCO foi confirmado durante a 20ª Reunião Ordinária da Câmara de Política Agrícola e Crédito Rural (CPACR/CDA-MT), na semana passada.

Após aprovação na reunião, a linha segue para ser votada no Conselho Deliberativo do Desenvolvimento do Centro Oeste (Condel) que ocorrerá este mês em Goiás. Com a aprovação, a linha de crédito para a cria passa a ser disponibilizada a partir de 2014. De acordo com o Guilherme Nolasco, representante da Acrimat na Câmara, a entidade apresentou uma alternativa compatível com os critérios do FCO e, principalmente, com a realidade do pecuarista do Estado.


Esta linha é uma adaptação de uma já existente na região do Pantanal para todo o Estado. “O produtor do segmento de cria, quando passa por uma dificuldade, precisa vender sua matriz para se capitalizar. O problema é que com isso ele compromete a produção futura de bezerro e consequentemente sua renda. Agora, ele poderá captar dinheiro sem abrir mão de sua principal fonte, a vaca”, explica Guilherme Nolasco.

Para requerer o crédito, o pecuarista apresenta as fêmeas que pretende reter durante o período de até oito anos e o banco concede o recurso correspondente ao valor destes animais. As matrizes aptas devem possuir entre 12 e 72 meses. Além de apresentar suas matrizes por meio do registro do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT), o produtor também precisará investir em tecnologia genética, seja por meio de Inseminação Artificial, de Inseminação Artificial por Tempo Fixa (IATF) ou de reprodutores Puros Origem (P.O).

O economista e consultor técnico da Acrimat, Amado de Oliveira Filho, explica que o maior legado desta linha é justamente a condicionante de investimento em tecnologia, o que garante produção de qualidade. “Não será um instrumento somente para aquisição de capital de giro. O pecuarista vai precisar melhorar ou manter a qualidade dos bezerros que produz”.

Com o recurso desta linha, o pecuarista poderá adquirir, além de tecnologia genética, tecnologia para o pasto, providenciar a regularização ambiental entre outras ações para melhorar a renda de sua propriedade. Oliveira destaca ainda que a Acrimat aguarda retorno de uma proposta feita ao Ministério da Agricultura (Mapa), por meio do Secretário de Políticas Agrícolas, Nery Geller, para aumentar a oferta de recursos para o segmento de cria.

“Esta nova linha é muito importante, porém, o volume de recursos ainda é muito pequeno para representar uma mudança do cenário econômico que se apresenta".

O prazo para o pagamento do empréstimo é de até oito anos, com carência de quatro para começar a pagar, isso de acordo com a avaliação do analista financeiro. O limite é de duas mil matrizes por produtor e o preço pago por cada uma será calculado com base no levantamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Fonte: DIÁRIO DE CUIABÁ

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