terça-feira, 8 de outubro de 2013

Cepea: Preço do milho chega ao menor nível em três anos


Os preços do milho mantiveram a pressão de baixa nos últimos dias e atingiram o menor nível em três anos. A informação é do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A oferta interna ainda é grande e o produtor tem dificuldade em escoar a produção para o mercado interno e externo.

O indicador Cepea/Esalq/BM&FBovespa, com referência em Campinas (SP), que serve de referência para a liquidação de contratos na bolsa brasileira, registrou baixa de 2,66% entre os dias 30 de setembro e 7 de outubro. Na segunda-feira (7/10), a saca fechou cotada a R$ 23,68.

No indicador de mercado físico, também com referência em Campinas, a queda é de 2,57% no período, com a saca de 60 quilos valendo R$ 23,26 (valor de segunda-feira, dia 7).

“Em meio a esse cenário, o governo brasileiro tem disponibilizado políticas de apoio ao setor, via leilões, mas produtores, especialmente os de Mato Grosso, já começam a analisar a possibilidade de produzir etanol de milho, assim como é feito nos Estados Unidos”, informa o alerta de mercado, divulgado nesta terça-feira (8/10).

Em Sapezal (MT), o preço do cereal, que esteve em R$ 9,48 por saca no dia 30 de setembro, a chegou a bater os R$ 10, mas encerrou a semana passada em R$ 9,75. Os dados são do Instituto de Economia Agropecuária do Estado (Imea).

Apesar da leve valorização, as cotações ainda estão bem abaixo dos praticados no município na mesma época em 2012. No dia 30 de setembro do ano passado, a saca valia R$ 17,80. Em 4 de outubro, R$ 17.

“Comparado ao mesmo período de 2012, as cotações deste ano em Sapezal estão em média 43,4% mais baixas, devido, sobretudo, à superoferta desta safra, que já lota as embarcações até o fim do ano, com preços que desestimulam a comercialização do cereal”, informou o Imea no boletim semanal divulgado nesta segunda-feira (7/10).

Sobre o mercado internacional, o Imea avalia que, neste momento, há pressão da entrada do milho dos Estados Unidos no mercado. O viés baixista para os preços ocorre mesmo com atraso no desenvolvimento das lavouras e da colheita atrasada em relação ao ciclo passado.

“De forma geral, a expectativa do mercado é de que os fundamentos baixistas continuem ao longo desta safra, uma vez que a elevação dos estoques do grão nos EUA e na América do Sul gera excedente da commodity. No curto prazo, o aumento da oferta imediata do produto com o avanço da colheita norte-americana pode pressionar ainda mais os preços do grão”, informa o Imea.

Nesta semana, por causa da paralisação de serviços federais americanos, em função do debate sobre o orçamento, não foi divulgado o relatório semanal de acompanhamento de lavouras, com a atualização dos dados da colheita. E não será divulgado o relatório mensal de oferta e demanda, que estava previsto para quinta-feira (11/10).


Fonte: Globo Rural

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