As ectoparasitoses continuam sendo um problema na produção de suínos em todo o mundo, principalmente em rebanhos mantidos em confinamento (DALLA COSTA, O.A. et al.). Os parasitas externos de maior importância econômica em suínos são as moscas (miíase), as pulgas (tungíase), os carrapatos, os mosquitos, os piolhos e os ácaros (sarnas), sendo os últimos, os principais ectoparasitos dos suínos (LIGNON, G.B., et al.).
A sarna sarcóptica, causada pelo Sarcoptes scabiei var. suis tem sido considerada como uma das grandes causadoras de perdas na produtividade (OLIVEIRA, A.B. et al.), sendo este um dos parasitos cujo comportamento está mais bem adaptado aos sistemas de produção intensiva. A alta prevalência de sarna sarcóptica leva a perdas econômicas, como a redução da taxa de crescimento, a baixa eficiência reprodutiva, o aumento das taxas de descarte em matadouros, além de danos causados às instalações (SILVA, E.V. et al.). Pelos prejuízos que causa e pelas dificuldades para seu controle e erradicação, em muitos países, a doença é considerada de notificação obrigatória. Os animais contaminam-se principalmente através do contato com um animal infestado. Suínos de todas as idades são suscetíveis à doença (SOBESTIANSKY, J.; BARCELLOS, D.E.S.N).
Ao contrário da sarna sarcóptica, que afeta a eficiência produtiva e implica importantes perdas econômicas, a sarna demodécica, causada pelo Demodex phylloides, é relativamente rara. Em circunstâncias normais, causa danos mínimos e, em alguns casos, coabita como comensal (SILVEIRA, R.L., et al.). A demodicose manifesta-se nos indivíduos submetidos a condições estressantes e com baixa imunidade (BERSANO, J.G. et al). Muitas vezes a doença pode cursar sem sintomatologia muito evidente, fazendo com que a maior parte dos registros de sua ocorrência fique restrita aos achados de frigorífico (SOBESTIANSKY, J.; BARCELLOS, D.E.S.N).
Em 50,3% dos estados brasileiros, registrou-se ocorrência de miíase em suínos. A miíase trata-se da infestação de lesões presentes na pele do suíno por larvas da mosca Cochliomyia hominivorax. Conforme levantamento realizado pelo Ministério da Agricultura (1983), a mosca causadora de miíase tem sido encontrada em todos os estados do Brasil (SOBESTIANSKY, J.; BARCELLOS, D.E.S.N).
Os piolhos são ectoparasitos comuns de suínos e motivo de preocupação para os criadores (VICTOR, I., NATALA, A.J., AGBEDE, R.I.S.). Restritos à superfície da pele, o “piolho do porco”, como é chamado o Haematopinus suis, faz várias refeições de sangue por dia (WATSON, W.). A importância econômica do H. suis é devido à irritação que ele causa nos suínos, retardando o seu crescimento. A irritação e prurido causados pelo piolho fazem com que os animais se esfreguem contra os objetos, podendo ocasionar perda de pelo e sangramento da pele (VICTOR, I., NATALA, A.J., AGBEDE, R.I.S.).
A tungíase é uma ectoparasitose causada pelo estágio de fêmea adulta da Tunga penetrans, conhecida popularmente como bicho de pé. Apresenta grande importância em saúde pública, por se tratar de uma zoonose. No Brasil, a tungíase é mais diagnosticada em suínos criados em sistemas intensivos de criação ao ar livre (SISCAL) (SOBESTIANSKY, J.; BARCELLOS, D.E.S.N.).
Fonte: Ourofino Agronegocio
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