segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A rentabilidade no uso da Castração Imunológica com Bopriva


Colocar na ponta do lápis os prejuízos com a castração cirúrgica e os benefícios com a imunocastração faz com que os pecuaristas do Mato Grosso do Sul (MS) tornem-se os maiores usuários da castração imunológica com Bopriva no Brasil. A vacina produzida pela Zoetis tem sido adotada por pecuaristas para controlar o comportamento do rebanho, reduzir a sodomia e produzir carcaças de melhor qualidade. Nos últimos dozes meses, cerca de uma em cada quatro doses vendidas do produto são direcionadas aos pecuaristas do Estado, que veem na adoção da tecnologia a possibilidade do aumento na lucratividade. 

Além do efeito positivo sobre o comportamento, um dos principais motivos de uso da castração é a melhoria na cobertura de gordura da carcaça. Em bovinos de corte, a cobertura de gordura tem um papel fundamental: a proteção da carne durante o resfriamento após o abate, evitando o seu ressecamento, escurecimento e endurecimento.

A comparação entre os dois métodos reflete com precisão o prejuízo ao pecuarista que adota o método tradicional de castração. Animais castrados cirurgicamente apresentam maior possibilidade de sofrer complicações pós-cirúrgicas, incluindo sofrimento pela dor, inflamações, bicheiras (causada pela infestação de larvas e moscas em feridas) e hemorragias que, em último caso, podem levar à morte.

O estudo Impacto da castração cirúrgica no ganho de peso e estado clínico de bovinos de corte, recentemente publicado, reforça os impactos negativos que a castração tradicional pode trazer aos pecuaristas que adotam este procedimento. Foram avaliados 500 bovinos castrados de quatro fazendas – três em Minas Gerais e uma em Goiás – no período entre março e maio de 2010. Dentre os principais problemas da castração cirúrgica tradicional, estão a perda de peso do animal – comprometendo a venda final, as funiculites (inflamação do cordão espermático) e hemorragias. A porcentagem total de complicações foi de 18,4% (92 animais) e a taxa de mortalidade média de 0,4% (2 animais).

Imunocastração: menos prejuízo e mais bem-estar animal

Injetável e com mecanismo de ação similar às vacinas convencionais, Bopriva age no sistema imunológico dos bovinos e proporciona a suspensão temporária da função e do comportamento sexual. A vacina permite, portanto, que os pecuaristas obtenham os mesmos benefícios dos métodos tradicionais de castração, sem os inconvenientes e prejuízos acarretados por estas práticas. Comparada à castração cirúrgica, a imunocastração permite que os animais atinjam antecipadamente o peso de abate, pois não há perda de peso pós-cirúrgica, resultando em importantes ganhos econômicos em manejo e nutrição.

“É fundamental o planejamento da imunocastração com Bopriva em conjunto com o médico veterinário, pois outros fatores interferem no ganho de peso e acabamento da carcaça, tais como manejo, genética, sanidade e nutrição.”, afirma Robson Stellato, Coordenador Nacional de Bopriva na Zoetis.

Protocolo: imunocastração com Bopriva

Protocolo recomendado para gado a Pasto/Semiconfinamento

1ª. dose -> intervalo de 3 meses -> 2ª. dose -> fase de imunocastração com duração de 5 meses -> abate ou aplicação da 3ª.dose para prolongar o efeito por mais 5 meses

Protocolo recomendado para Gado confinado

1ª. dose -> intervalo de 1 mês -> 2ª.dose -> fase de imunocastração com duração de 3 meses -> abate

Comparativo: castração cirúrgica x castração imunológica com Bopriva

Os frigoríficos e as associações também têm se mostrado otimistas com a castração imunológica, inclusive, incentivando o método. A Associação do Novilho Precoce do Mato Grosso do Sul está apoiando a castração dos animais, seja pelo método cirúrgico (tradicional) ou pela imunocastração. Caso o produtor associado opte pela imunocastração, a entidade auxilia na montagem do programa e na estratégia a ser utilizada. Além disso, promove anualmente o Show da Carcaça, um concurso que premia os pecuaristas que apresentam animais com qualidade de carcaça superior – um dos benefícios proporcionados por Bopriva.

Durante o evento são avaliadas carcaças por meio de critérios objetivos: o peso que a balança promove, acabamento - que é um critério feito pelo próprio frigorífico -, e idade do animal, critério avaliado pelo Ministério da Agricultura (MAPA). O produtor que tiver a melhor média em todos os animais do seu lote é premiado, além de já estar ganhando o diferencial por qualidade de programas como JBS “No Ponto”, Seprotur ou da própria Associação do Novilho Precoce. Neste ano, por exemplo, foram abatidos 1.645 animais, atingindo um faturamento de R$ 3,04 milhões, sendo que alguns desses animais foram exportados para o Chile e para a Rússia.

Oitavo colocado no concurso de 2013, o pecuarista Nedson Rodrigues Pereira utiliza o método de imunocastração com Bopriva em seu rebanho, na fazenda Cachoeirão (MS). Em um estudo comparativo realizado na fazenda, foram avaliados 60 bois no período de novembro de 2012 à abril de 2013, sendo 30 animais castrados cirurgicamente e os demais 30 imunocastrados (duas doses de Bopriva). O abate aconteceu cinco meses após o início do estudo e os resultados foram favoráveis à imunocastração, conforme descrito na tabela abaixo:



A carcaça dos bois castrados imunologicamente com Bopriva foi, em média, 5,3 Kg mais pesada que a carcaça dos bois castrados cirurgicamente. Fazendo-se uma conta conservadora, com a arroba do boi a R$ 90,00, o produtor pagou todo o investimento com Bopriva e ainda lhe sobrou R$ 15,80 por animal abatido - obviamente o lucro proporcionado por Bopriva tende a aumentar quanto maior for o preço da arroba.

“Existe um movimento claro por parte das indústrias para receber bois castrados. O principal motivo é a qualidade da carne, que apresenta maior cobertura de gordura subcutânea, o que contribui para o sabor e maciez apresentados. No boi inteiro, o pH da carne abaixa devido ao estresse e isso diminui o tempo de validade do produto”, afirma Pereira.

Além disso, é possível atender os consumidores mais exigentes, tanto do mercado interno como do externo. “Há pouco tempo, a demanda por uma carne de qualidade superior era suprida basicamente por carne importada – da Argentina e do Uruguai, por exemplo. Atualmente, empresas, frigoríficos, associações e pecuaristas no Brasil estão buscando produzir essa carne superior e existem diversas estratégias para auxiliá-los que, além de proporcionar maior receita, podem também reduzir perdas/custos, aumentar a eficiência do sistema de produção e melhorar o bem-estar dos funcionários e dos animais. A adoção da castração imunológica com Bopriva tem contribuído substancialmente para isso”, explica Ocilon Filho, gerente de produto Zoetis.

Mecanismo de ação

Bopriva é uma vacina que estimula o sistema imunológico do animal a produzir anticorpos contra o hormônio liberador de gonadotropinas (GnRH). Desta forma, o produto bloqueia a liberação de dois hormônios (FSH e LH) e, como consequência, suprime temporariamente a função testicular e a produção de testosterona em bovinos machos. Nas fêmeas, a função ovariana também é inibida temporariamente com o uso de Bopriva, reduzindo o comportamento de cio.

A neutralização do GnRH, por meio do uso da vacina, leva ainda à interrupção temporária do comportamento sexual e agressivo aliada à uma maior deposição de gordura na carcaça que, associada a genética e nutrição adequadas, potencialmente melhora da qualidade de carcaça. Por ser uma vacina, Bopriva traz ainda como benefício a diminuição da perda de performance que ocorre após a castração cirúrgica. “Uma importante vantagem da técnica é a preservação do bem-estar animal. A vacina atende a essa demanda, pois é administrada com duas doses injetáveis (dose e reforço) na tábua do pescoço e pode ser associada a outros manejos de rotina. A primeira dose de Bopriva sensibiliza o sistema imunológico do animal, que responde ao produto 7 a 14 dias após a segunda dose”, salienta Filho.

“A segurança alimentar para o consumidor final também é um diferencial da imunocastração”, destaca o especialista. Bopriva não exige período de carência para abate, pois é um produto não hormonal que não deixa resíduos no organismo do animal. “Por essas razões, as autoridades regulatórias permitem o abate imediato de bovinos machos e fêmeas imunizados com Bopriva”, finaliza o executivo.

Fonte: CDN Comunicação Corporativa

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