A multinacional Monsanto informou nesta quarta-feira (24) que será estendido a todos os produtores brasileiros o ‘desconto’ dos royalties da soja RR2. O custo inicial de R$ 115 por hectare, que será pago junto com a semente, passa a R$ 96,50 por hectare por quatro anos. Mas o ‘bônus’ está condicionado à desistência, pelos agricultores, de todas as ações judiciais que envolvem a tecnologia RR1 (primeira geração da família Roundup Ready).
Em nota divulgada, a companhia anunciou o lançamento comercial da Intacta, após acordos celebrados com o setor produtivo. Disse que nas próximas quatro safras o bônus de R$ 18,50 por hectare – a ser usado para a compra da semente da soja Intacta no ano seguinte – será válido para “aquele produtor que assinar o Termo de Licenciamento e Quitação Geral que contempla diversos aspectos da gestão responsável da tecnologia, como a prática de refúgio, além de dar quitação recíproca em relação ao uso da tecnologia RR1”.
Aquele produtor que se negar a assinar o termo de quitação vai pagar R$ 115. “Ao pagar junto com a semente, ele [produtor] fica sabendo na hora o custo total do seu hectare plantado e, dessa forma, pode tomar a decisão de usar ou não a tecnologia comparando seu custo com as outras opções no mercado”, disse o diretor de Estratégia e Gerenciamento de Produto da Monsanto, Marcio Santos, na nota.
Ainda segundo a multinacional, a Intacta estará disponível por meio de nove empresas parceiras que desenvolveram variedades com a tecnologia. Com a recente aprovação da China, maior consumidor da soja brasileira, do uso da RR2 naquele país, a semente deve ser introduzida nas lavouras comerciais da safra 13/14. A empresa estima que sejam plantadas 3 milhões de sacas de sementes em cerca de 2,5 milhões de hectares.
A RR1
Único estado do Brasil que continuava com as ações questionando a cobrança indevida de royalties da soja RR1 foi Mato Grosso. Mas após reuniões com representantes do setor agro, deliberou-se por celebrar acordo com a Monsanto, em troca do benefício sobre a RR2.
A classe produtora argumentava judicialmente que valores foram pagos indevidamente desde 2010, ano em que a patente teria expirado e a cobrança pelo uso do material ocorrido de forma ilegal. Este argumento já foi acatado pela Justiça em decisões liminares. Resta agora a decisão de mérito.
Fonte: Agrodebate
0 comentários
Postar um comentário