terça-feira, 2 de julho de 2013

Mato Grosso: Aumento no abate de fêmeas provocará redução no rebanho comercial pelo 2º ano consecutivo


Aumento no abate de fêmeas desde 2011 em Mato Grosso provocará redução no rebanho comercial pelo 2º ano consecutivo. Estimativa traçada para 2013 pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) a pedido da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) aponta para retração média de 2,5% ou 715 mil animais do rebanho total de 28,6 mil cabeças existente no Estado. Recuo é superior ao registrado no ano passado, quando chegou a 1,8% ou 500 mil cabeças.

De acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira (28) pela Acrimat, mais da metade dos animais abatidos nos 5 primeiros meses de 2013 eram fêmeas. Proporção chega a 53,46% (1,130 milhão) do total de 2,430 milhões de bovinos encaminhados ao abate e é maior do que o índice registrado nos últimos 9 anos.

Como explica o gestor do Imea, Daniel Latorroca, quando o consumo do estoque de fêmeas equivale a 10% ou mais, há uma redução no rebanho total. Nos 5 primeiros meses deste ano, por exemplo, a proporção já chega a 11% do total de fêmeas. Índice semelhante só havia sido alcançado em 2007. No ano passado, 10% do estoque de fêmeas foram abatidos. Com base nesses elementos, o Imea projeta redução no rebanho mato-grossense mais acentuada em 2013. “Até 2015 a redução do rebanho será progressiva e mais impactante para o Estado”.

Intensificação dos abates de fêmeas começou em 2010, com a estiagem afetando as pastagens. No ano seguinte, a ocorrência de cigarrinhas foi o maior problema. Num cenário de pastagem degradada e sem renda para recuperá-la, o pecuarista foi impelido a reduzir o plantel, encaminhando mais fêmeas para os frigoríficos. Prolongamento dessa situação, portanto, é de cunho financeiro, afirma Vacari. “Os preços pagos ao produtor não remuneram a atividade como deveria e não permite investimento”.

Para reverter essa situação, os pecuaristas precisam ter acesso a financiamentos que garantam maior volume de recursos, a juros menores e prazos mais longos para pagamento. Na avaliação do superintendente, ainda há tempo para corrigir a crise com políticas públicas específicas para a atividade. “Eu discordo desse entendimento de que o pecuarista é conservador, porque na realidade ele é um empreendedor acostumado a investir com recursos próprios”.


Fonte: Acrimat e Gazeta

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