Aumento no abate de fêmeas desde 2011 em Mato Grosso provocará redução no rebanho comercial pelo 2º ano consecutivo. Estimativa traçada para 2013 pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) a pedido da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) aponta para retração média de 2,5% ou 715 mil animais do rebanho total de 28,6 mil cabeças existente no Estado. Recuo é superior ao registrado no ano passado, quando chegou a 1,8% ou 500 mil cabeças.
De acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira (28) pela Acrimat, mais da metade dos animais abatidos nos 5 primeiros meses de 2013 eram fêmeas. Proporção chega a 53,46% (1,130 milhão) do total de 2,430 milhões de bovinos encaminhados ao abate e é maior do que o índice registrado nos últimos 9 anos.
Como explica o gestor do Imea, Daniel Latorroca, quando o consumo do estoque de fêmeas equivale a 10% ou mais, há uma redução no rebanho total. Nos 5 primeiros meses deste ano, por exemplo, a proporção já chega a 11% do total de fêmeas. Índice semelhante só havia sido alcançado em 2007. No ano passado, 10% do estoque de fêmeas foram abatidos. Com base nesses elementos, o Imea projeta redução no rebanho mato-grossense mais acentuada em 2013. “Até 2015 a redução do rebanho será progressiva e mais impactante para o Estado”.
Intensificação dos abates de fêmeas começou em 2010, com a estiagem afetando as pastagens. No ano seguinte, a ocorrência de cigarrinhas foi o maior problema. Num cenário de pastagem degradada e sem renda para recuperá-la, o pecuarista foi impelido a reduzir o plantel, encaminhando mais fêmeas para os frigoríficos. Prolongamento dessa situação, portanto, é de cunho financeiro, afirma Vacari. “Os preços pagos ao produtor não remuneram a atividade como deveria e não permite investimento”.
Para reverter essa situação, os pecuaristas precisam ter acesso a financiamentos que garantam maior volume de recursos, a juros menores e prazos mais longos para pagamento. Na avaliação do superintendente, ainda há tempo para corrigir a crise com políticas públicas específicas para a atividade. “Eu discordo desse entendimento de que o pecuarista é conservador, porque na realidade ele é um empreendedor acostumado a investir com recursos próprios”.
Fonte: Acrimat e Gazeta
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