sexta-feira, 5 de julho de 2013

Atual situação Salarial dos Trabalhadores Rurais do Estado de São Paulo


Os salários rurais pagos à população trabalhadora na atualidade são informações relevantes quando se avalia o mercado de trabalho, e interessam tanto ao empregador quanto ao trabalhador. Estes dados constituem importante subsídio para as negociações salariais entre sindicatos e empresas rurais, bem como para avaliações efetuadas por instituições governamentais, ou não, sobre a situação econômica dos trabalhadores.


Diante destas considerações, apresenta-se nesse artigo o panorama dos salários rurais em 2011 e 2012. As informações foram obtidas por meio de levantamento subjetivo, realizado pelos técnicos das Casas de Agricultura de todos os municípios do Estado de São Paulo, nos meses de abril e novembro. O levantamento abrange seis categorias de trabalho: administrador, tratorista, mensalista, capataz, diarista e volante. Os dados foram corrigidos por valores reais pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA), do IBGE.

De modo geral, para todas as categorias de trabalho pesquisadas, constatou-se evolução satisfatória dos salários rurais, em valores reais, ao longo do período considerado. A comparação das informações dos levantamentos de abril de 2012 e 2011, entre os trabalhadores com recebimento mensal, mostrou maior crescimento para capataz, ou seja, 11,2%, e menor variação para mensalista, com 6,7%. Para diarista e volante, o crescimento na diária foi semelhante, sendo de 9,9% e de 9,2%, respectivamente (Tabela 1).


Tabela 1 - Salários Rurais por Categoria de Trabalho1, Estado de São Paulo, 2011 e 2012
Categoria
(R$/mês)


2011
2012



abril
novembro
abril
novembro

Administrador 
1.307,07
1.342,11
1.450,00
1.458,65


Capataz 
916,30
939,01
1.019,17
1.009,89


Mensalista
732,16
743,01
781,53
782,99


Tratorista 
957,07
985,39
1.048,56
1.069,57


Categoria
(R$/dia)


2011
2012



abril
novembro
abril
novembro

Diarista 
37,75
39,51
41,47
42,49


Volante 
39,48
40,85
43,1
44,02



1Em reais de novembro de 2012, pelo IPCA/IBGE.

Fonte: INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA – IEA. Banco de Dados. São Paulo: IEA, 2013. Disponível em: <www.iea.sp.gov.br>. Acesso em: 04 jun. 2013.


A comparação dos salários pagos em novembro de 2011 e de 2012 também evidenciou variações percentuais positivas para todas as categorias analisadas, sendo o maior de 8,7% para administrador e a menor, mais uma vez para mensalista, de 5,4%. As diárias pagas ao volante aumentaram 7,8% e aos diaristas 7,5%.

Note-se que as categorias de trabalho com maior qualificação obtiveram maior crescimento salarial, o que sugere uma readequação do mercado de trabalho rural no qual a especialização e a qualificação do trabalhador são relevantes para obtenção do salário. Avaliações recentes sobre as novas tendências das ocupações têm ressaltado a importância da formação de trabalhadores capacitados para as alterações nos processos produtivos da agropecuária paulista.

Conforme Becker, a variação na renda da agricultura é resultado da pouca oferta de mão de obra qualificada disponíveis no setor. Segundo ele, a remuneração aumenta à medida que esses serviços se tornam especializados. “Hoje nós temos exemplo de trabalhadores que chegam a ganhar R$3.500,00 para operar um trator”, explica. Segundo o gerente de aprendizagem, o produtor rural busca cada vez mais trabalhadores qualificados para o campo, uma vez que a relação de troca é eficiente.

O produtor ter um trabalhador qualificado significa redução de custos, uma vez que ele tem um profissional que sabe operacionalizar muitas vezes equipamentos que custam milhões. Além de uma melhor produção e menos desgastes.

Com indicadores positivos do mercado de trabalho, o boletim divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) destaca a queda da desocupação média em 2012 (5,5%, a menor desde 2002) e o crescimento da taxa de atividade (pessoas economicamente ativas), de 57,1% para 57,3%, entre 2011 e 2012. De acordo com o documento, o mercado de trabalho registrou um "ótimo desempenho" no ano passado.

Como evidenciado, o setor rural paulista apresentou e acompanhou bom desempenho em relação aos outros setores econômicos. Contudo, para manter a eficiência dos diferentes setores econômicos, é necessário educar e qualificar maior número de pessoas, melhorar a qualidade de infraestrutura para que a circulação de produtos e pessoas sejam de fato eficientes nas diferentes regiões, para que leis trabalhistas e tributárias não sejam voláteis a fim de não gerar instabilidades jurídicas e institucionais, e promover a eficiência nos diferentes setores econômicos resultando em maior competitividade.

Fonte: Instituto de Economia Agrícola de São Paulo , adaptado pela Rural Pecuária

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