Foto: Gerhard Waller
No Laboratório de Biotecnologia Agrícola da ESALQ, o pesquisador analisou as bases moleculares e fisiológicas associadas à emergência da gema axilar de cana-de-açúcar, sendo o primeiro trabalho no mundo a descrever esta fase do desenvolvimento vegetativo neste nível de detalhamento.
O estudo mostra que otimizar a emergência da gema axilar (processo no qual o broto emerge de 20 a 30 dias após o plantio) é necessário durante o ciclo produtivo do canavial, já que este é um fator agronômico que influencia na uniformidade do plantio durante seu estabelecimento e subsequentes safras. “Uma boa germinação da gema de cana-de-açúcar diminui a quantidade de atividades e materiais utilizados para sua propagação, sendo traduzido em lucro para o agricultor. A eficiente emergência da gema axilar, combinada com adequadas práticas agrícolas, resulta em um maior perfilhamento (produção de colmos) aumentando sua produção, além de prolongar o número de cortes e diminuir custos para o produtor”, afirma o doutorando.
Sequenciamento – Segundo Ortiz-Morea, o estudo se propôs a caracterizar, pela primeira vez, as modificações na população de pequeno RNAs ou sRNAs (microtranscriptoma) durante a transição da gema axilar, assim como integrar estas informações com mudanças na expressão de fatores de transcrição (FTs) e o balanço hormonal no período de desenvolvimento da cana. “Para tal, foram usadas técnicas de sequenciamento de nova geração para produzir bibliotecas de pequenos RNAs em gemas dormentes e ativas, assim como análises computacionais e de expressão gênica para identificar e quantificar sRNAs e seus genes alvo”.
Com apoio do Programa Fapesp de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN) e do Programa de Estudante-Convênio de Pós-Graduação (PEC-PG), a pesquisa evidencia a existência de uma composição diferenciada nos perfis de expressão de diversos sRNAs, acompanhada de mudanças no balanço de hormônios específicos, que modulam de maneira coletiva vias de sinalização e metabólicas essenciais durante a emergência da gema axilar. “Nossa pesquisa identificou novos alvos para futuros estudos funcionais de regulação gênica, mediada por sRNAs, durante a emergência de gemas axilares e por conseguinte na arquitetura vegetativa de plantas”, conclui o pesquisador.
O trabalho tem coautoria de Geraldo Felipe Ferreira, mestre pelo Programa de Fisiologia e Bioquímica de Plantas da USP/ESALQ, e orientação de Fabio Tebaldi Silveira Nogueira, professor cadastrado no mesmo programa. Clique aqui para acessar o artigo na íntegra.
Fonte: ESALQ Texto: Raiza Tronquin
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