quinta-feira, 18 de abril de 2013

Pecuaristas esperam preço da @ aumentar para confinar


Os pecuaristas estão em compasso de espera enquanto aguardam um aumento nos preços futuros do boi para definir se o cenário favorecerá um aumento no confinamento bovino nesta temporada, disseram representantes de associação que reúne o setor nesta terça-feira.

O confinamento é a estratégia adotada para garantir o fornecimento de animais para o abate durante o período de estiagem, entre maio e setembro, quando se tem uma queda do potencial produtivo das pastagens.

Embora o indicador Esalq/BM&FBovespa, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), do mercado físico na região de São Paulo tenha superado 100 reais/arroba nesta semana, os preços futuros ainda estão relativamente fracos para estimular um confinamento maior.

O preço futuro é olhado como referência porque indica o preço da arroba bovina no momento do abate e venda da carne.

O contrato julho do boi negociado na BM&FBovespa terminou em baixa de 0,63 por cento, a 97,85 reais por arroba, enquanto o outubro teve alta moderada de 0,05 por cento, a 100,40 reais a arroba.

"O preço do boi futuro ainda não está animador em torno de 97/98 reais. O mercado ainda está esperando subir mais para ter uma definição (sobre o confinamento)", disse um diretor da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Ricardo Caldeira Viacava. "Em São Paulo, pode esperar bater 110 reais para começar a planejar", acrescentou.

No Brasil, dono do maior rebanho comercial do mundo e maior exportador global de carne, tradicionalmente, o confinamento corresponde a cerca de 10 por cento do rebanho nacional, de mais 200 milhões de cabeças, sendo concentrado no período mais seco do ano.

Com isso, apesar do cenário de custos menores previstos com milho e farelo de soja, usados na composição da ração, o pecuarista mantém a cautela para este ano.

Os preços dos grãos atingiram níveis recordes no ano passado em meio ao clima adverso que reduziu as safras de grãos do Brasil e Estados Unidos, dois dos grandes produtores globais, e puxando o preço da ração.

Mas neste ano os preços de grãos estão recuando com a entrada da safra recorde do Brasil e a perspectiva positiva para a produção nos Estados Unidos. A soja atingiu na semana passada o menor nível em um ano, a 58,50 reais por saca, apontou indicador Esalq/BM&FBovespa.

"O custo para confinar vai ser menor neste ano... Mas a decisão não depende só disso, tem que olhar para a relação comida (ração) e preços (da arroba)", disse o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Eduardo Biagi, em evento em São Paulo.

DEMANDA FAVORÁVEL

Do lado da demanda, o cenário é mais favorável, com o setor registrando bons níveis de exportação e firmes compras no mercado interno, acrescentou o executivo.

Da produção total nacional, cerca de 25 por cento segue para o mercado externo. No primeiro trimestre deste ano, as exportações de carne bovina do Brasil cresceram 25 por cento, somando 324,5 mil toneladas, segundo acompanhamento da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).

"Estou otimista, mas é um otimismo moderado... porque entendo que tem um aspecto positivo do consumo interno e a exportação está em alta", disse Biagi.

Os executivos participaram de evento em São Paulo para apresentar a Expozebu, que reunirá em Uberaba (MG) a cadeia produtora de animais da raça zebu, que representa cerca de 90 por cento do rebanho nacional, segundo o diretor da ABCZ.

Fonte: ESTADÃO

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