segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Benefícios da Castração Imunológica


Um estudo publicado pela Universidade Federal de Uberlândia revela os impactos negativos que a castração convencional pode ter sobre bovinos, entre elas complicações pós-cirúrgicas e mortes foram as principais. De março a maio de 2010 foram avaliados 500 bovinos castrados de quatro fazendas, três em Minas Gerais e uma em Goiás. O trabalho mostrou que a miíase, ou bicheira (causada pela infestação de larvas e moscas na ferida), foi a complicação mais observada, com aproximadamente 15% dos registros, enquanto a morte foi o maior prejuízo com taxa de mortalidade media de 0,4%.

Dessa forma, com objetivo de facilitar a vida dos pecuaristas é sugerido um novo método para a castração de bovinos que reduz o sofrimento e as chances de complicações. Trata-se da castração imunológica com vacina Bopriva, que já está regularizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A vacina foi desenvolvida pelas indústrias de medicamentos Pfizer. Com ela os produtores estão dando adeus aos tradicionais canivetes, oferecendo aos pecuaristas uma nova maneira de manejar seus rebanhos, proporcionando o chamado bem estar animal.

O produto já havia sido aprovado no Brasil em novembro de 2010 e, recentemente, o Mapa estabeleceu os parâmetros que os pecuaristas e frigoríficos brasileiros devem seguir para que os animais vacinados com Bopriva sejam reconhecidos como castrados no abate. A vacina é administrada com duas doses injetáveis (dose e reforço) na tábua do pescoço e pode ser associada a outros manejos de rotina.

A médica veterinária Fernanda Hoe, gerente de produtos Pfizer, explica que a Bopriva estimula o sistema imune do bovino a produzir anticorpos contra o Fator de Libertação de Gonadotrofinas (GnRH), inibindo a liberação de dois hormônios da glândula hipófise, o hormônio luteinizante (LH) e o hormônio folículo estimulante (FSH) e, por conseqüência, suprime a função testicular em machos e ovariana nas fêmeas. Com o bloqueio de produção da testosterona em machos os comportamentos sexuais e agressivos são reduzidos. Além disso, há melhora da qualidade da carcaça. O efeito de Bopriva dura, em média, cinco meses depois da segunda dose administrada. Esta deve ser feita cerca de cinco meses antes do abate.

Com a aplicação de duas doses injetáveis de 1mL cada, com um aplicador especifico na tábua do pescoço do animal, o macho ou a fêmea estão imunologicamente castrados. O intervalo entre as duas aplicações pode variar, dependendo do tempo de efeito desejado. A novidade é que a fêmea também pode ser castrada, já que a Bopriva imuniza a fêmea contra seu próprio GNRH e com isso suprime a liberação de FSH e LH, responsável pelo desenvolvimento dos óvulos e pela produção dos hormônios estrógeno e progesterona. Como resultado, bloqueia comportamentos sexuais e interrompe a função reprodutiva. A Bopriva não tem qualquer atividade hormonal.

Fonte: ACRIMAT
WISLEY TOMAZ - GAZETA

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