quarta-feira, 31 de outubro de 2012

EPAMIG dá dicas de como melhor comprar e preparar Batata

                       Variedades de batata Ágata e Asterix são as mais comercializadas no varejo

Alimento muito consumido na Europa, a batata é de origem andina, cultivada pelos incas há mais de sete mil anos. No Brasil é a principal cultura olerícola em importância econômica.Minas Gerais é o estado maior produtor de batatas no Brasil.

A produção está mais concentrada nas regiões Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Sul. "O Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba que lideram em produtividade, mas o Sul de Minas tem maior área plantada", explica o pesquisador da EPAMIG,Joaquim de Pádua.


Embora haja grande número de variedades de batata no mercado, as mais comercializadas no varejo são a Ágata (casca amarela) e Asterix (casca vermelha), ambas de origem holandesa. De acordo com o pesquisador, a batata apresenta uma grande versatilidade no preparo de pratos e há cultivares com diferentes aptidões de uso na culinária. "As variedades com maior percentual de massa seca são mais indicadas para frituras e as com maior percentual de água são recomendadas para cozimento", explica.

O pesquisador observa que grande parte dos consumidores desconhece essas funcionalidades. A aposentada Thelma Rodrigues conta que, por orientação de uma nutricionista, utiliza a batata "clara" para o cozimento e a "roxa" para frituras. "Tenho filhos adolescentes, portanto, é alto o consumo de batata frita em minha casa", disse. Ao escolher as batatas, Thelma utiliza como critério a textura e o brilho da casca. "Não compro se estiverem com manchas ou machucadas", diz.

Pádua afirma que esses são os principais critérios utilizados pelos consumidores. Entretanto, ele lembra que a casca é a primeira parte do tubérculo a ser descartada no preparo da batata para o processamento, e que ao contrário das frutas, o consumidor deve estar atento é com a escolha certa da cultivar segundo a sua aptidão de uso.


"Geralmente as cultivares que apresentam pele lisa e brilhante, são as que contém menor percentual de massa seca, ou seja, maior percentual de água". As batatas quando lavadas terão menor período de conservação, pois tendem a perder água com maior facilidade, e ainda ficam mais propensas ao esverdeamento da pele quando expostas à luz ou a claridade. 

"Por isso, é recomendado o armazenamento em um lugar seco, fresco e no escuro", orienta. Pádua explica que as cultivares de pele áspera geralmente são mais rústicas, exigem menor uso de insumos para a produção e, portanto, são mais saudáveis. "A absorção de óleo durante o processo de fritura é menor".

Mercado

A batata Ágata tem dominado o mercado com mais de 80% das vendas, de acordo com comerciantes da Ceasa Minas. É uma variedade com ciclo precoce de produção, que se adapta a qualquer região e clima. É um produto com melhor aparência e, portanto, mais atraente ao consumidor. "O cliente às vezes confunde a batata de casca roxa, com a batata doce ou pensa que a cor da casca está ligada a algum uso de conservante ou agrotóxico", explica o gerente da distribuidora Kakau, Paulo Sacramento.

Para o bataticultor de Bom Repouso, fornecedor da Ceasa Minas desde 1985, Adolfo Brandão, sua campeã de vendas é também a Ágata. "O preço normalmente é o mesmo. Cabe ao comerciante orientar seus clientes no momento da compra", opina. Segundo Adolfo, quando a oferta da Asterix é menor há aumento de preço.

Joaquim de Pádua destaca que os produtos processados, como: batata-palha, chips, a pré-frita congelada são derivados de variedades mais rústicas e apresentam maior uniformidade dos tubérculos. Como é o caso de variedades que estão sendo pesquisadas no Núcleo Tecnológico EPAMIG Batata e Morango, em Pouso Alegre, no Sul de Minas. Essas variedades ainda não estão no mercado. Elas diferenciam quanto ao uso culinário, e são mais rústicas, com maior resistência às doenças e tolerância ao calor.

Cultivares como Caesar, Markies e Asterix são mais interessantes para a indústria de batata palha, que não tem muita exigência quanto ao formato e tamanho do tubérculo, já que o mesmo será ralado. "A indústria pode pagar um preço mais baixo pelo produto de menor calibre e o produtor fica livre para comercializar o produto de melhor classe para o mercado in natura a um preço mais vantajoso", avalia.

Pádua ressalta que somente no Sul de Minas há mais de 100 pequenas indústrias processadoras de batata-palha. "O Brasil é auto-suficiente na produção de batata para atender o mercado do tubérculo in natura, porém ainda depende de importação de países europeus e da América do Norte, de boa parte de batatas processadas. Portanto, as oportunidades para o crescimento do agronegócio batata no Brasil são evidentes", conclui.


Crédito: Erasmo Reis / Ascom EPAMIG
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