quinta-feira, 26 de abril de 2012

TEV : Tecnologia aumenta “vida de prateleira” de inseticidas biológicos


A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília, DF),  unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, desenvolveu uma tecnologia capaz de resolver um dos maiores problemas enfrentados pelos produtores de inseticidas biológicos no Brasil: a armazenagem desses produtos sob altas temperaturas. A tecnologia, denominada TEV - Tecnologia de Vida de Prateleira, foi desenvolvida em parceria com duas entidades de pesquisa dos Estados Unidos e pode ser determinante para aumentar o mercado para produtos à base de fungos no País.

 
As pesquisas de controle biológico de pragas e doenças vêm ganhando importância junto à sociedade, cada vez mais exigente em relação à utilização de produtos saudáveis e alimentos livres de resíduos de agrotóxicos. O uso de produtos biológicos à base de fungos para controlar pragas agrícolas tem aumentado significativamente no Brasil. Entretanto, a maioria dos produtos encontrados no mercado nacional apresenta estabilidade reduzida durante o armazenamento sob condições não refrigeradas, o que reduz o seu potencial mercadológico.

Segundo o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Marcos Faria, um dos responsáveis pelo desenvolvimento da tecnologia, enquanto o prazo de validade dos produtos químicos é medido em anos, o dos biológicos é de meses, às vezes até semanas. “Esse é um dos fatores limitantes ao crescimento do mercado para os produtos biológicos no Brasil”, afirma.A TEV, baseada em uma técnica específica de empacotamento dos produtos, permite ampliar de quatro semanas para seis meses a validade de pesticidas biológicos à base de fungos.

 
Os testes foram desenvolvidos com produtos à base de vários fungos utilizados no Brasil para controle biológico de insetos-praga. Entre eles, destacam-se: o Metarhizium anisopliae, utilizado para o controle da cigarrinha da cana-de-açúcar e que hoje já é aplicado em mais de um milhão de hectares em todo o País; o Beauveria bassiana, usado no controle da mosca branca e da broca do café; e os da classe dos Trichoderma, aplicados em culturas como feijão e soja.Os experimentos avaliaram os produtos a temperaturas superiores a 40 graus durante todo o tempo de armazenamento.

Segundo Faria, muitas empresas privadas já demonstraram interesse na tecnologia, o que comprova a preocupação do setor em melhorar a qualidade dos produtos biológicos. “Esperamos que essa inovação possa contribuir para aumentar a aceitação dos produtos biológicos pelos produtores brasileiros e, assim, colaborar para uma agricultura mais saudável e menos dependente de produtos químicos”, destaca o pesquisador.

Fernanda Diniz (mtB 4865/89/DF)
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
(61) 3448-4769 e 3340-3672
 
fernanda@cenargen.embrapa.br

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