quarta-feira, 18 de abril de 2012

Rio Grande do Sul enfrenta o segundo pior surto de raiva bovina desde a década de 80




Rio Grande do Sul enfrenta o segundo pior surto de raiva bovina desde a década de 80, quando a doença espalhou-se pelo Estado. Com 23 focos detectados apenas entre janeiro e março em 12 municípios da região Sul, a estimativa da Secretaria da Agricultura é que 1,4 mil animais tenham morrido com o vírus, transmitido por morcegos hematófagos. Em todo o 2011, foram 48 focos.

Diante da gravidade do quadro, desde o mês passado, a Secretaria intensificou a revisão dos refúgios, a captura e o combate aos morcegos. Somente em março, 1.072 foram capturados. E o raio de atuação onde há registros de focos também foi ampliado, de 12 para 20 km.

Hoje, sete dos nove núcleos de controle estão no Sul. A força-tarefa envolve 14 veterinários e auxiliares, além de pessoal das Inspetorias Veterinárias e Zootécnicas. O grupo também realiza trabalho de conscientização nos municípios por meio de reuniões. Com isso, o coordenador do Programa Nacional de Controle da Raiva no Estado, Nilton Rossato, está confiante que o surto possa ser controlado em dois ou três meses, sem se expandir. Mas o prejuízo social já é grande, pois a incidência predomina em minifúndios.

Segundo Rossato, tudo começou em maio do ano passado, após as enchentes em São Lourenço do Sul desalojarem os morcegos. O especialista explica que, normalmente, entre 15% e 20% de uma colônia - composta por até 500 morcegos - apresenta o vírus rábico incubado. O vírus se manifesta frente à queda de imunidade, desencadeada por fatores de estresse, como as enxurradas. As altas temperaturas e os baixos índices de umidade registrados no último verão foram agravantes neste caso.

A principal dificuldade no momento, conforme Rossato, é a falta de colaboração dos criadores. Além de vacinar o gado, a orientação é para que eles informem a localização de furnas em suas propriedades. Rossato ressalta que a única forma de combater a doença é atuando na prevenção. E enfatiza que a raiva não tem cura e leva os bovinos à morte em até cinco dias após o aparecimento dos sintomas, após um período de incubação que pode chegar a 60 dias.

"Muitos produtores alegam estar envolvidos com a colheita nas lavouras, que é a atividade principal. E só vacinam o gado depois que morre o do vizinho, mas aí já é tarde", lamenta. De acordo com Rossato, o prejuízo pode ser evitado com investimento irrisório. Ele lembra que a dose da vacina custa R$ 0,80 diante da perda de uma vaca leiteira ou um boi, cujos valores variam entre R$ 800,00 a R$ 1,2 mil.
Municipios:

- Amaral Ferrador

- Arroio do Padre
- Camaquã
- Canguçu
- Chuvisca
- Cristal
- Dom Feliciano
- Morro Redondo
- Pelotas
- Santana da Boa Vista
- São Lourenço do Sul
- Turuçu


Fonte: Correio do Povo

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