quinta-feira, 26 de abril de 2012

Baby Leaf , Hortaliças de Pequeno Porte


A baby leaf é a Hortaliça obtida através da colheita antecipada – artifício no manejo da cultura – que garante os tamanhos reduzidos. “O tempo de espera da colheita varia de acordo com a espécie. No cultivo de hortaliças comuns, colhemos alface em 65 dias, desde a semeadura, e a baby leaf daalface em 40 dias, por exemplo. As folhas são macias, saborosas e podem ter cores e formatos diferentes, dependendo da espécie de hortaliça utilizada na produção”, explica Luis Felipe Villani Purquerio, pesquisador do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Com o tamanho reduzido, as baby leaf estão sendo introduzidas no mercado, mas, já têm conquistado espaço entre os chefes de cozinha de grandes restaurantes,  buffets e hotéis que as utilizam para fazer releitura de seus pratos. O tamanho reduzido também é um incentivo para as crianças começarem a consumir vegetais, contribuindo para o aumento nos números de consumo no País e para a redução da obesidade infantil. “No momento, as baby leaf estão em evidência. Esse nicho de mercado vem despertando interesse tanto dos produtores quanto dos consumidores, principalmente os de maior poder aquisitivo”, afirma Purquerio.
 
No mercado brasileiro, principalmente no Estado de São Paulo, já é possível encontrar as baby leaf nas grandes redes de supermercados. A comercialização se inicia na forma de folhas soltas de diferentes espécies acondicionadas em embalagens plásticas e comercializadas, na maioria das vezes, higienizadas e prontas para o consumo. Há mais de cinco anos, os países europeus, Estados Unidos da América e Japão já produzem e consomem a baby leaf. “Isso prova que esse nicho de mercado pode não ser um modismo no Brasil”, afirma Purquerio.
 
Os preços pagos pelos consumidores ainda são maiores do que os das hortaliças comuns. Nos supermercados e lojas de hortifrutis, os consumidores paulistas pagam, em média, R$ 5 por caixeta com 120 g do mix de folhas de alface, agrião, beterraba, couve minuza e mostarda wakami. Os saquinhos contendo 120 g de folhas baby de rúcula, agrião ou alface são vendidos por cerca de R$ 3 a unidade. Mesmo com os valores elevados, o produto começa a circular dentro dos carrinhos de supermercado e os produtores rurais iniciam o cultivo, devido ao alto valor agregado. Com o aumento da produção, os preços pagos pelos consumidores tendem a cair. “Embora sejam comercializadas por preços significativamente maiores em comparação ao de hortaliças de tamanho normal, é crescente o interesse dos produtores por esse segmento de mercado”, afirma o pesquisador do IAC.
 
Atualmente, o sistema de produção no solo é o mais difundido no exterior, com plantio e colheita mecanizados. O grande número de sementes necessárias torna o custo de produção alto. No Brasil, o cultivo em solo não é comum, sendo o hidropônico tipo NFT (Nutrient Film Technique) em cultivo protegido uma opção. “Esse sistema também apresenta custo de instalação e manutenção alto. Dessa forma, existe a necessidade de estudos e desenvolvimento de métodos e sistemas de produção alternativos com menor custo de produção. Um desses métodos é o cultivo em bandejas, que antes eram utilizadas na produção de mudas de hortaliças. O IAC é a instituição pioneira do País a realizar estudos nessa área”, afirma Purquerio.
 
Os estudos do Instituto avaliaram sete diferentes volumes de bandeja – de  12,4 cm³ a 100 cm³ – e constataram que a melhor opção para os produtores são as bandejas com volume de célula de 31 cm³, dependendo da espécie cultivada. O IAC também constatou que a baby leaf de rúcula, alface, agrião e beterraba, dependendo do clima devem ficar de 35 a 55 dias até o ponto de serem colhidas. Depois disso, as folhas das plantas podem ficar muito grandes e saírem do padrão de baby leaf, além de ocorrer perda na qualidade. “Com o envelhecimento das plantas é possível a ocorrência d pedoamento de algumas espécies com redução na qualidade da baby leaf devido ao aumento de fibras. Também ocorre alteração do sabor e as folhas ficam muito grandes”, diz Purquerio.
 
De acordo com o pesquisador do IAC, diversas partes do processo produtivo estão sendo avaliadas pelo Instituto, mas os estudos ainda não foram finalizados. Com o sistema em bandejas é possível reutilizar o substrato. Acredita-se que a fibra de coco possa ser reutilizada por três ou mais vezes. Os substratos são usados para o plantio das sementes e oferecem condições químicas e físicas para o bom desenvolvimento da planta. O fardo de fibra de coco custa cerca de R$ 60. “A reutilização de substratos pode ser uma possibilidade de reduzir o custo de produção, contribuindo para a otimização do sistema, uma vez que dispensa a aquisição de novos produtos”, explica Purquerio.
 
Para a reutilização, é necessário, porém, que o substrato esteja livre de patógenos. “Deixar o substrato exposto ao sol, processo denominado solarização, e permite que temperaturas acima de 60ºC auxiliem na eliminação de patógenos”, afirma o pesquisador do IAC. As pesquisas do Instituto buscam também melhorar a colheita e a pós-colheita do sistema. “Não temos um pacote tecnológico pronto, pois o cultivo de baby leaf ainda é muito recente”, afirma.
 
Com a técnica, a produtividade de alface chega a 5,5 kg/m² e de rúcula a 3,8 kg/m², o que é considerado alto. O sistema de bandejas é feito dentro de estufas agrícolas, ou seja, em ambiente protegido, o que possibilita menor incidência de doenças. “Não temos definido um custo de produção de baby leaf no sistema de bandejas, pois para produção em escala ainda é necessária a pesquisa e o desenvolvimento de alguns pontos como a colheita, mas, é possível afirmar que o produtor pode ter lucro, devido ao valor agregado no produto”, afirma Purquerio.

Mini-hortaliças
 
Além dos estudos com baby leaf, o IAC também faz pesquisa com os sistemas de produção das mini-hortaliças – variedades pequenas criadas por meio de melhoramento genético focado na seleção de plantas com tamanhos reduzidos, consumidos como hortaliças de frutos, folhas, vagens, bulbos, entre outras.
 
As mini-hortaliças também possuem maior valor agregado e são procuradas para atender aos chefes de cozinha, que buscam produtos que possam tornar os pratos mais bonitos e atrativos para o público. “Um bom exemplo de mini-hortaliças é a nova geração de minitomate. Esse tomate, conhecido em alguns lugares como tomate-uva, tem seu formato alongado, parecido a um bago de uva, de cor vermelho intensa e sabor muito doce”, afirma Purquerio.
 
Segundo o pesquisador do IAC, esses tomates custam em torno de R$ 3 a caixeta com 180 g. “Sua promoção no supermercado tem sido bem sucedida, pois mesmo com o valor superior aos tomates comuns, a oferta não tem sido suficiente para atender a demanda”, afirma.
 
Os produtores do tomate-uva conseguem produzir de 6 a 10 kg por planta e recebem em média R$ 4 por quilo. De acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA), o peço pago aos produtores de tomate de mesa em fevereiro de 2012 foi de R$ 14,91 por caixa de 22 kg. No cultivo do tomate-uva, o produtor recebe cerca de seis vezes mais do que no plantio dos tomates de mesa.
 
Nas mini-hortaliças, o IAC tem trabalhando para melhorar a parte fitotécnica, a nutrição e adubação, os sistemas de produção, colheita e pós-colheita.
 
 
Fonte: IAC

3 comentários

Ana Beatriz Bordini 6 de março de 2013 às 09:15

Eu estou querendo muito comprar este produto sou de um restaurante do rio de janeiro. Onde consigo o contato? Pablo Vidal Chef zazabistro.Meu tel:21 93090814

Unknown 11 de março de 2013 às 11:38
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown 11 de março de 2013 às 11:39

O mais recomendado é procurar no Ceasa da sua região e se informar onde poderia adquirir esses produtos ou se alguem sabe quem produz

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