quinta-feira, 8 de março de 2012

Novo laboratório da Embrapa Agroindústria Tropical desenvolverá embalagens comestíveis e biodegradáveis


O novo Laboratório de Embalagem de Alimentos da Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza – CE) será inaugurado na segunda-feira ( 12) . Na nova estrutura serão conduzidos estudos para desenvolver embalagens biodegradáveis, que em contato com o solo podem ser decompostas em semanas - diferente dos plásticos, cuja degradação na natureza pode levar mais de um século.  Essas embalagens, além de ambientalmente corretas, podem ser comestíveis e ativas.

 O laboratório de 350 metros quadrados abrigará pesquisas para desenvolver embalagens a partir de matérias-primas da biodiversidade brasileira, como cera de carnaúba, polpa de frutas tropicais e gomas, a exemplo da goma de cajueiro.

A Embrapa Agroindústria Tropical já atua no desenvolvimento de embalagens biodegradáveis. Um exemplo são os filmes e revestimentos comestíveis obtidos a partir de polpa de frutas tropicais, como acerola, goiaba e manga.  Quando aplicados sobre a superfície dos alimentos, estes filmes e revestimentos retardam a perda de água e as trocas gasosas entre o alimento e o ambiente, aumentando o tempo de vida do produto.

Conforme a pesquisadora Henriette Azeredo, o desafio agora é melhorar o desempenho dos biomateriais para uso em embalagens de alimentos. Segundo ela, uma das formas é a adição de estruturas muito pequenas de reforço, como nanocelulose ou nanoargilas. 

Outra forma é combinar compostos com propriedades complementares, como o amido, que tem boa barreira ao oxigênio, ou a cera de carnaúba, que tem boa barreira ao vapor de água.
O centro de pesquisa também atua no desenvolvimento de embalagens que incorporam substâncias bioativas para promover a segurança dos alimentos.

Um dos estudos, conduzido pela pesquisadora Socorro Bastos, visa ao desenvolvimento de embalagens com atividade antimicrobiana a partir da adição de óleos essenciais de plantas como o orégano, alecrim-pimenta e manjericão. “Estes compostos já apresentam ação antimicrobiana comprovada em laboratório e podem reduzir a adição de compostos químicos sintéticos”, afirma a pesquisadora.

Embalagens inteligentes

Outra linha de atuação do Laboratório de Embalagens de Alimentos visa à obtenção, no futuro, de embalagens inteligentes.  Para isso, são realizados estudos com biossensores – dispositivos eletrônicos que utilizam moléculas biológicas para detecção de substâncias de interesse. 

A pesquisadora  Roselayne Ferro Furtado explica que já foram realizados estudos, na Embrapa Agroindústria Tropical, com a aplicação de biossensores na agroindústria. Um exemplo foi o uso na detecção de peróxido de hidrogênio no leite para averiguar a adulteração do produto.  Outro estudo propiciou a detecção da enterotoxinas estafilocócicas (toxinas liberadas por um tipo de bactéria) em queijos.

Conforme a pesquisadora, o desafio do Laboratório de Embalagem de Alimentos é acoplar os biossensores às embalagens para torná-las inteligentes. “Essas embalagens poderão, por exemplo, informar ao consumidor se o produto está próprio para o consumo”, afirma a pesquisadora.

O Laboratório de Embalagens de Alimentos atuará, ainda, com encapsulamento de substâncias ativas para conservar os princípios ativos ou promover um sistema de liberação controlada nos alimentos.




Verônica Freire (MTB 01225JP)
Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza/CE).
Contato: (85) 33917115
veronica@cnpat.embrapa.br

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