
As predições genómicas provaram ser uma óptima ferramenta, tanto para a indústria da IA, como para a produção leiteira em geral. Com a genómica "viramos a vaca do avesso" e pudemos olhar para os genes herdados que têm impacto no mérito genético global. Encontramos, por exemplo, SNP's que estão associados ao aumento da produção de leite, e encontramos também SNP's que estão associados ao efeito contrário. Com esta ferramenta entusiasmante podemos conseguir um progresso genético muito mais rápido, pelo facto de conseguirmos identificar boas e más partes do genoma.
O que é que se descobriu?
A USDA-AIPL descobriu recentemente 5 novos Haplótipos (um grupo deSNP's que se herdam em conjunto), que existem normalmente com excepção de uma das duas formas homozigóticas esperadas, tendo por esse facto um efeito negativo na fertilidade. Estes haplótipos são abaixo designados por HH1 (Haplótipo Holstein 1), HH2 (Haplótipo Holstein 2), HH3 (Haplótipo Holstein 3), JH1 (Haplótipo Jersey 1), e BH1 (Haplótipo Brown Swiss1). Estes grupos de SNP's não existem numa das formas homozigóticas, mas existem normalmente na forma heterozigótica. A heritabilidade destes haplótipos é muito similar à da cor da pelagem preta e vermelha.
Para ilustrar, um exemplo muito simples é apresentado abaixo. Embora um haplótipo seja um grupo de SNP's herdado em conjunto, o mecanismo é o mesmo. Cada campo traduz o resultado de um acasalamento e cada resultado tem 25% (1/4) de probabilidades de ocorrer. A prenhez, ou não é criada, ou não tem capacidade de se manter, numa das duas formas homozigóticas.

Como podemos ver por este exemplo a forma homozigótica (TT) não existe, porque nenhuma gestação sustentável consegue ocorrer. No entanto, ambas as formas heterozigóticas (AT) são completamente normais. Embora a heritabilidade seja similar, estes haplótipos não são considerados recessivos, já que nenhuma mutação específica do gene foi encontrada e os vitelos nunca nascem vivos. A taxa de concepção é o único caracter afectado por esta descoberta.
Pondo em perspectiva esta nova descoberta, a frequência de indivíduos heterozigóticos para cada um dos três haplótipos na actual população Holstein, varia entre os 4,5 e os 4,7%, o que quer dizer que se um touro heterozigótico for utilizado aleatóriamente por toda a população, o impacto nas taxas de concepção será da ordem de ≈0,4% - um impacto muito reduzido considerando a variação normal entre animais.
É importante ter presente que todos estes são haplótipos individualizados e o acasalamento de heterozigóticos de haplótipos distintos não tem nenhum impacto. Por exemplo, acasalar um touro que seja heterozigótico para HH1, com uma vaca que seja heterozigótica para HH2, não terá nenhum efeito na redução da fertilidade, uma vez que cada haplótipo funciona independentemente.
Como é que isto fecta as avaliações genéticas?
Na ausência de vitelos nascidos e apenas afectando a fertilidade, o impacto destes haplótipos é limitado, no que diz respeito à fertilidade dos touros (ConceptPlus) e das suas filhas (DPR). Quando indivíduos heterozigóticos são acasalados, 25% das vezes não haverá lugar a uma gestação. Felizmente, nas provas publicadas e no que diz respeito a DPR e Conceptplus, estes acasalamentos já estão contemplados e as avaliações publicadas para a comercialização dos touros da Alta JÁ reflectem o mérito genético, tanto dos touros heterozigóticos como dos touros homozigóticos. Assim, esta nova descoberta, não terá nenhum efeito para além do que já é oficialmente incluído nas provas do animal.
Haplótipos nos touros comercializados pela Alta
Todos os centros de IA da idústria estão afectados pela descoberta destes haplótipos. Conheça a lista de touros heterozigóticos comercializados pela Alta, bem como outros touros populares, apresentados no quadro abaixo. A lista não é totalmente abrangente, mas uma lista completa será apresentada oportunamente na sequência das recentes provas de Agosto.

Nota: Sendo o OMAN heterozigótico para o haplótipo HH3, a percentagem de touros heterozigóticos nas listas de touros top é de aproximadamente 20%, um valor muito mais elevado do que o da média da população.
O que é que faz sentido?
Haverá facilmente uma reacção desproporcionada a esta descoberta – mas tal não fará nenhum sentido. Temos que perceber que apenas estamos a falar sobre uma pequeníssima parte do genoma. Não nos podemos esquecer dos restantes genes valiosos que um animal possa ter! Ninguém toma a decisão de comprar uma casa apenas porque gostou muito da porta de entrada, esquecendo tudo o resto que é importante.
O mesmo acontece com a genética – é crucial apercebermo-nos do enquadramento geral do valor genético envolvido. .
Estando o efeito destes haplótipos incluído já nos ConceptPlus e DPR, podemos ver muitos exemplos de touros homozigóticos que não são tão bons como os heterozigóticos para estes caracteres! Tomemos em consideração o seguinte exemplo: o AltaROSS é um heterozigótico HH3 reconhecido – no entanto tem um DPR de + 1,7 e uma notação ConceptPlus de 5 estrelas! Entretanto, o AltaOLIVER sendo homozigótico para os 3 haplótipos Holstein tem uma notação de 3 estrelas (média) no ConceptPlus e um DPR de -3.4. Este é um claro exemplo de que o AltaROSS tem um genoma superior noutras localizações que claramente compensa o efeito desta pequena porção em que ele é heterozigótico.

Enquanto que o AltaROSS tem um grupo abrangente de genes que aportam valor adicional, tanto para a fertilidade do touro como para a das suas filhas, o AltaOLIVER tem outros caracteres em que é superior ao AltaROSS – produção, por exemplo. Estes touros são apenas um de entre muitos exemplos comparativos que poderíamos escolher. Existem centenas de outros haplótipos que têm efeitos negativos noutros caracteres, como produção, tipo, SCS, longevidade, etc., e alguns têm provavelmente maior impacto económico do que os 5 relatados.
Sob esta perspectiva, todos os animais transmitem haplótipos indesejáveis. A genómica permite-nos identificar aqueles animais que transmitem os haplótipos mais desejáveis para o resultado final exprimível em todos os caracteres, dando-nos a possibilidade de irmos eliminando os que têm impactos negativos. A questão fundamental é que, antes da descoberta destes haplótipos, nunca foi nossa estratégia seleccionar para um único caracter – e não deverá sê-lo agora.
Utilizar esta nova informação com eficácia
O desafio que agora enfrentamos enquanto indústria, é o de saber o que fazer com esta nova informação que a genómica nos proporcionou. Aprendemos há muito que a selecção para um único caracter tem como resultado um decréscimo no ganho genético para outros caracteres, e que a selecção para índices de múltiplos caracteres conduz ao maior ganho económico como resultado da selecção genética.
A genómica ensinou-nos que os caracteres para que seleccionamos são controlados por mutos SNP's e haplótipos, não exitindo um simples SNP ou haplótipo que tenha um impacto económico capital. As GTPA's são um resumo bastante preciso e abrangente do efeito de TODOS os haplótipos, combinados num simples valor para cada caracter.
No passado encontramos, com intervalos de cerca de 5 anos, genes recessivos indesejáveis como os BLAD e CVM, decidimos eliminar estes genes da população, e pudemos tomar esse caminho sem penalizar significativamente o plano de melhoramento genético, uma vez que estes eram em número reduzido e espaçados entre eles no tempo. Contudo, a genómica veio alterar esta situação.
A primeira pesquisa genómica descobriu 5 haplótipos que afectam a fertilidade, havendo actualmente mais sob avaliação. À medida que caminhamos para testes genómicos mais densos, encontraremos mais haplótipos que afectam a fertilidade. Sabemos que todos os animais possuem haplótipos que têm impacto económico negativo, portanto a chave é utilizar esta informação em nosso favor, e esta descoberta trouxe-nos uma grande oportunidade para a utilização do AltaMate!
Sabemos que 25% dos acasalamentos entre heterozigóticos não têm hipótese de resultar em gestações sustentáveis. Assim, a utilização do AltaMate para emparelhamentos baseados nos pedigrees, é altamente recomendável para os criadores com informação completa e fiável, uma vez que o AltaMate considera uma análise genealógica abrangente de forma a evitar quaisquer acasalamentos heterozigóticos. Para as explorações que não tenham os pais das vacas identificados, a utilização de touros heterozigóticos deverá ser cuidadosamente ponderada nos seus planos de melhoramento genético, de forma a evitar acasalamentos heterozigóticos e, levando esta abordagem ao extremo, não utilizarem de todo touros heterozigóticos.
A Missão da Alta: Criar Valor, Construir Confiança, Apresentar Resultados
A estratégia da Alta mantém-se inalterada após o conhecimento desta nova informação, pelo que continuaremos a esforçar-nos para fornecer aos nossos clientes produtos do mais alto nível, tanto no que respeita à fertilidade como ao mérito genético. Para o conseguirmos fazer, temos que ter uma abordagem abrangente de todo o genoma, de forma a obtermos os melhores padrões de mérito genético, o que inclui mas não está limitado, aos caracteres de fertilidade.
Continuaremos a medir a fertilidade dos touros através das nossas avaliações internas ConceptPlus, e a estimular todos os nossos clientes e parceiros a manterem uma boa e fiável identificação dos animais, como uma parte importante para a capacidade de maximização do progresso genético nas explorações. Finalmente, incentivaremos todos os produtores a usarem o AltaMate de forma a evitarem acasalamentos de animais heterozigóticos para os haplótipos acima mencionados ou os já há muito conhecidos caracteres recessivos letais como Brachyspina (BY), CVM, ou outros, ou ainda limitarem a consanguinidade.
O entusiasmo na nossa indústria mentém-se. A genómica proporcionou-nos novas ferramentas para trabalharmos com a melhor genética, e para gerirmos ou eliminarmos a má. Entretanto, temos ainda muito melhoramento genético para fazer e resultados para apresentar aos nossos clientes. A previsão para o valor em NM$ de um animal com todos os mais desejáveis SNP's poderia, na base actual, ultrapassar os $4.000! E continuamos focados em liderar a indústria para trazer este tipo de valor emocionante aos nossos clientes progressivos.
Haplótipos – Criando Valor nas Explorações JERSEY
Embora o haplótipo JH1 funcione exactamente da mesma forma do que os 3 haplótipos Holstein, a sua incidência nesta raça é diferente. Estima-se que aproximadamente 23% da população Jersey seja heterozigótica para o JH1, já que touros muito utilizados como o SOONER e o BERETTA eram ambos heterozigóticos.
Assim, a redução nas taxas de concepção ao utilizarmos um touro heterozigótico, aleatoriamente na população, é mais substancial, atingindo um nível de redução da ordem dos 2,2%.
Embora tenha um impacto muito maior do que na população Holstein, este efeito negativo é ainda relativamente pequeno, quando comparado com as variações entre animais para a ferilidade dos touros ou das filhas. O AltaMate surge neste contexto como uma ferramenta ainda mais importante para a raça Jersey e dever-se-á ponderar a escolha de touros homozigóticos para acasalar com fêmeas sem informação conhecida do pedigree.
Fonte: Alta Genética Por: Nate Zwald, Senior Director Global Strategy and Marketing
0 comentários
Postar um comentário