quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Entra em Vigor as Novas Regras para Produção Leiteira



Os produtores e a indústria do leite terão referências mais rígidas de controle de qualidade do produto no Brasil. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) aumentou o rigor para a produção de leite na maior parte do país, com o objetivo de aumentar a
qualidade do produto. As regras começaram a valer no domingo (1).

Conforme estudo feito pelo ministério, intitulado Projeções do Agronegócio 2010/11-2020/2021, a venda do leite brasileiro deverá crescer 50,5%, atingindo 300 milhões de litros. Atualmente, apesar de o Brasil ser líder mundial em pecuária de corte, tendo registrado US$ 3,8 bilhões exportados de janeiro a novembro deste ano, a exportação de leite no Brasil não é significativa e a qualidade do produto é considerada inferior a da Argentina, do Uruguai, dos Estados Unidos e a de países europeus.

REGRAS
A nova medida inclui ordens para que o local onde o gado é mantido tenha piso impermeável a fim de facilitar a limpeza e o escoamento da água, além do controle de temperatura para a pasteurização do leite na média de 4º C. Para a ordenha (retirada do leite), será necessário definir uma dependência própria.

A Instrução Normativa nº 62, publicada dia 30, no Diário Oficial da União, fixa um escalonamento de prazos e limites para a redução de Contagem Bacteriana Total (CBT) e Contagem de Células Somáticas (CCS) até o ano de 2016, chegando a 100 mil por mililitro e 400 mil por mililitro, respectivamente. Pelas regras, os produtores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste terão novos limites para CBT e CCS.

Atualmente, esses índices podem chegar a 750 mil por mililitro. Mas a tolerância será de até 600 mil por mililitro. As normas foram consolidadas pela Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e foram baseadas em estudos feitos pela Embrapa Gado de Leite e no histórico dos programas de qualidade das empresas de laticínios.

Esse processo começou em 2002 com o objetivo de impor regras mais rígidas ao setor já em julho de 2011. A pedido da Câmara Setorial do Leite, a medida foi adiada para janeiro de 2012, mas mesmo assim os produtores alegaram que não haveria tempo suficiente para se adequar.
Por isso, o Ministério da Agricultura revisou o texto da instrução normativa e flexibilizou os prazos.

O objetivo, segundo o governo, é aprimorar o controle sanitário do rebanho, no que se refere a doenças, como brucelose e tuberculose, além de obrigar que seja feita análise para pesquisa de antibióticos, por exemplo, no leite. Tudo isso visando a qualidade do leite brasileiro.
SEM DESCULPAS

"Eu acredito que falta de crédito não será motivo para que os produtores atinjam seus objetivos. As dificuldades maiores continuaram em certas circunstância, numa governança que não cabe a eles. Eu acredito que o acesso à compra de equipamentos não será a restrição nesse projeto para a melhoria da qualidade do produto", afirma o secretário substituto de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Enio Pereira Marques.

"A perspectiva mundial pela demanda de leite é absurda. A gente considera que o Brasil é o único país que pode atender a grande demanda", finalizou o secretário.


Fonte: Dantielle Gomes/Folha do Estado

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