Os mapas que mostram a variação da temperatura nos oceanos e as ocorrências de chuva na América do Sul anunciam um La Niña “de moderado a forte”, afirma o agrônomo Marco Antônio dos Santos, da Somar Meteorologia. “As águas do Pacífico estão 1 grau (C) abaixo do normal, as estiagens ocorrem em regiões isoladas e a irregularidade nas precipitações fica evidente. Com um La Niña de médio a moderado, os impactos na agricultura tendem a ser pequenos, não devem ocorrer quebras expressivas”, avalia.
Novembro, no entanto, foi suficiente para acender o sinal de alerta no Rio Grande do Sul. Na região de Cruz Alta, onde as lavouras esperavam 160 milímetros de precipitações, houve apenas 60 mm, um desvio de 60%. Outro importante polo de produção de grãos, a região de Passo Fundo registrou queda de 141 mm (média histórica) para 77 mm no mês passado, volume 45% menor que o considerado normal.
Em Mato Grosso, o impacto da variação climática será dimensionado também pela concentração do plantio num período mais curto. A tarefa foi concluída em dez semanas, como em 2010 – duas semanas a menos do que em anos anteriores, conforme o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Se faltar ou sobrar chuva em períodos cruciais, as perdas tendem a ser maiores.
Os dados do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instito Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que choveu entre 50% e 100% abaixo da média no extremo Oeste de Mato Grosso em novembro. Mas em dezembro (acumulado até ontem), as chuvas estão dentro da média ou até 25% acima do normal na região.
Nos demais estados, as variações climáticas ainda não causam impacto significativo na produção de grãos. Mesmo considerando Paraná e Santa Cataria, que tinham previsão de seca a partir de dezembro.
Fonte: Gazeta do Povo
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