quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Rio Grande do Sul terá sistema de produção de cana


Pesquisadores estão desenvolvendo materiais genéticos de cana-de-açúcar resistentes ao frio e à seca – estresses que atingem grande parte do território gaúcho –, adaptando formas de manejo e criando uma logística para fazer o Rio Grande do Sul contar com um sistema de produção da planta.

A idéia é reproduzir no estado produtividades médias similares a de estados como São Paulo e Paraná.

“Buscamos uma estabilidade na produtividade e, nos ensaios, já estamos atingindo médias iguais ou superiores à de São Paulo, entre 85 e 90 t/ha”, explica o pesquisador Sérgio Delmar dos Anjos, da Embrapa Clima Temperado (Pelotas/RS).


O objetivo da pesquisa é criar todo um complexo para a produção da cana no Rio Grande do
Sul. O sistema oferecerá aos agricultores e indústria materiais genéticos adaptados, formas
de manejo do solo e da planta e uma logística de cultivo e distribuição.


 
“No Sul, tanto o frio como a seca podem prejudicar a cultura. Estamos desenvolvendo materiais geneticamente modificados que criem maior resistência a esses estresses”, comenta o pesquisador Hugo Bruno Molinari, da Embrapa Agroenergia (Brasília/DF).
A maioria das atividades de pesquisa está em fase de teste. “Até o final de 2012, deveremos ter um sistema preliminar de produção”, expõe Sérgio dos Anjos. Para este ano, é aguardada a recomendação técnica de cultivares para o estado.


Na prática, os pesquisadores vão indicar aos produtores gaúchos quais tipos de cana são mais adaptadas e têm maior estabilidade e qualidade para o cultivo nos solos do Rio Grande do Sul.

Reunião Técnica

O projeto “Desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar para o Rio Grande do Sul – foco na produção de álcool” conta com profissionais de Unidades da Embrapa, universidades e empresas sucroalcooleiras. A pesquisa é dividida em segmentos. Cada órgão foca uma parte do quebra-cabeça. Para alinhar os rumos e analisar os resultados, representantes de cada
instituição se reuniram em Pelotas durante Reunião Técnica, em outubro.


A Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Sul (FEPAGRO), por exemplo, está cuidando da fixação do nitrogênio. “Identificamos bactérias que fazem esta fixação na cana. Atualmente, já estão sendo feito testes para verificar se há aumento de
produtividade e redução na quantidade necessária de insumos químicos – os fertilizantes”, explica a pesquisadora Caren Regina Lamb, da FEPAGRO de Caxias do Sul.


Já na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) são feitos estudos sobre adubação, preparo de solo e fixação biológica do nitrogênio. “Também já estamos avaliando a eficiência da fixação e já estamos realizando testes no campo”, comenta o professor Sandro José Giacomini.


Bruno Zamora(MTb 3005/SC)
Embrapa Clima Temperado
53 32758113

0 comentários

Postar um comentário