Os animais recém-introduzidos no confinamento são continuamente motivo de preocupação. As pesquisas têm demonstrado que animais que apresentam uma melhor transição pasto-confinamento obtêm maior ganho de peso, melhor eficiência alimentar e qualidade de carcaça.
Estimativas americanas mostram que a diarréia viral bovina (BVD) é responsável por 60% das mortes nos confinamentos, com a maioria destas mortes acontecendo nos primeiros 45 dias. Pesquisadores têm demonstrado uma ligação forte entre o tempo gasto no transporte dos animais e a prevalência de BVD. Portanto, o tempo de transporte é um forte indicador do nível de estresse dos animais recém-introduzidos no confinamento.
Quando animais mais novos são transferidos no confinamento, eles apresentam uma dificuldade ainda maior, pois não estão acostumados com o cocho e com a concentração de animais. Estas condições não-familiares para os animais, juntamente com o estresse do transporte, colocam esses animais em alto risco de adquirir doenças.
O confinamento precisar estar preparado para receber os animais. Alguns pontos importantes:
• receber os animais em uma área limpa;
• manter os currais de animais recém-introduzidos com baixa lotação, facilitando a identificação de animais doentes;
• planeje entre 46 a 60 cm de cocho por animal e entre 14 e 23 m2 de área por animal para diminuir competição.
Tente manter os animais recém introduzidos em um curral mais afastado, mais distante da maioria dos movimentos que acontecem na fazenda. Isto permite que eles descansem e não fiquem mais estressados com o movimento de pessoas.
É preciso pensar também que os animais que foram transportados por grandes distâncias não tiveram oportunidade de beber água. Portanto, tenha certeza de que água limpa estará disponível a eles. Em especial, no caso de animais que não estão acostumados a beber água em bebedouros, uma dica é deixar água corrente no bebedouro (travar a bóia) durante a primeira semana, para que eles reconheçam a fonte de água.
Os animais devem ser vacinados para as doenças mais comuns, para que o sistema imunológico esteja pronto para agir o mais rápido possível. A vacinação deve acontecer dentro de 24 horas da chegada no confinamento. Para aqueles que estiverem muito estressados, é preferível esperar de 48 a 72 horas para vacinar.
A ingestão de matéria seca (IMS) deve ser aumentada o mais rápido possível após a chegada dos animais no confinamento. Como pode estar havendo baixa ingestão de matéria seca neste momento, uma dica é trabalhar com dietas um pouco mais densas.
A recomendação é oferecer de 1,8 a 2,2% do peso do animal como matéria seca. Ainda mais importante é aumentar a frequência de fornecimento da alimentação desses animais, permitindo que a comida esteja sempre fresca e estimulando a curiosidade dos animais para ver o que está no cocho.
Se possível e viável economicamente, forneça de 1 kg a 1,5 kg de feno por animal no dia em que os animais forem recebidos no confinamento. A partir daí, comece a colocar a dieta em cima do feno. Assim que os animais começarem a comer não forneça mais feno. Tente evitar formular dietas que sejam muito úmidas (a dieta não deve ter menos de 72% de matéria seca).
Estes animais perderam muito mineral na viagem, particularmente potássio e sódio. Formule dietas que contenham de 1 a 1,2% de potássio e 0,5% de sal. Aumente os níveis de cobre e zinco, porque esses elementos são essenciais para o correto funcionamento do sistema imune.
Fonte: Rehagro Autor: Marcelo Hentz Ramos, PhD
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