segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Novo sistema de classificação de trigo trará vantagens


A mudança no sistema de classificação do trigo para efeito de remuneração do produtor, prevista para ser implantada pelo governo federal em 2012, vai trazer vantagens ao país, ao produtor, à indústria e ao consumidor brasileiro, disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo(Abitrigo), embaixador Sergio Amaral, nesta segunda-feira (17/10). 

“É uma mudança em que todos ganham”, destacou Amaral. O assunto será abordado no 18º Congresso Internacional do Trigo, que a Abitrigo realiza até esta terça-feira (18/10) no Rio de Janeiro, com o tema Saudabilidade. Segundo o embaixador, todos vão ganhar com a mudança no sistema de classificação do trigo, “se a cadeia produtiva caminhar na direção de maior integração, maior qualidade e diversificação, no caminho de agregação de valor”. 

Por isso, ele destacou a importância de que esse processo seja iniciado pelo produtor. Parte da safra de trigo nacional não encontra escoamento no mercado interno. “É quase 1 milhão de toneladas. Então, é importante que haja um esforço comum de atender à demanda do mercado brasileiro por maior qualidade e diversidade”. Amaral acredita que essa evolução dará ao produtor melhor remuneração. 
Mercado 
Ele defendeu que as classificações sejam “um pouco mais exigentes”, buscando melhorar a qualidade do trigo, para evitar que o governo tenha que subsidiar o produto que não encontra mercado no país e vem sendo exportado. O presidente da Abitrigo acredita que ocorrerá uma nova etapa na produção brasileira a partir de 2012, que não visa apenas a aumentar a quantidade, mas a melhorar a qualidade. 

“E todos ganham: o produtor, que vai ter maior remuneração; o moinho, que vai ter farinha de melhor qualidade; a indústria de derivados, que vai ter melhor produto; e o governo, que não vai precisar gastar o que gasta todo ano para fazer o escoamento da produção”. Em relação ao consumidor nacional, Amaral ressaltou que ele terá um produto final mais valorizado, um trigo melhor, que é destinado à panificação. “Que é o que ele quer”, afirma. 

Durante o congresso, a Abitrigo firmará convênio com produtores do Uruguai, a exemplo do que foi feito com a Argentina, especificando os tipos de trigo que têm demanda no Brasil. O objetivo é criar uma harmonização entre a oferta e a demanda, disse o presidente da instituição. 

O consultor institucional da Abitrigo, Reino Pécala Rae, lembrou que a meta é ter no país classes de trigo adequadas à demanda interna. A maior delas é por pão francês. A produção nacional de trigo para panificação, no entanto, é restrita ao norte e oeste do Paraná, a parte de São Paulo e à região do Cerrado, e não atende à demanda. Já o Rio Grande do Sul é capaz de suprir todo o mercado de trigo para a fabricação de biscoito, “e ainda sobra”.

Fonte: Agência Brasil

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