Negócio bilionário para o Brasil, o cultivo de florestas plantadas vem crescendo no país graças à profissionalização do setor e, principalmente, ao aumento da demanda mundial por madeira. De 2005 a 2010, a área ocupada pela silvicultura saltou cerca de 20%, saindo de 5,3 milhões de hectares para 6,5 milhões de hectares, conforme dados da Associação Brasileira dos Produtores de Florestas Plantadas (Abraf). Com isso, o valor bruto da produção alcançou R$ 51,8 bilhões.
Devido ao tempo de retorno do capital investido, o plantio de florestas é considerado uma poupança de longo prazo, porém mais rentável. “É um negócio de risco controlável. Se o mercado estiver ruim em época de colheita, é possível prorrogar o corte”, analisa Rômulo Lisboa, gerente da STCP, empresa especializada em consultoria e administração de projetos florestais.
Ele afirma que o valor da terra é o principal fator avaliado por potenciais investidores e que, por isso, muitos têm procurado regiões de novas fronteiras agrícolas. “O Nordeste é uma das regiões que tem atraído investimentos porque as terras são muito baratas. Um hectare pode custar pouco mais de R$ 1 mil, enquanto no Sul a média é de quase R$ 5 mil”, compara.
Além do gasto com a compra de terreno é preciso desembolsar entre R$ 6 e R$ 8 mil por hectare para plantar um ciclo de sete anos, incluindo gastos com gestão. “O retorno fica entre 17% e 18% do investimento.
É um negócio promissor no médio e longo prazo. Hoje os preços não estão elevados, mas a tendência é altista”, afirma Lisboa. O preço médio do pinus é de R$ 40/m³ e o do eucalipto é de R$ 55/m³, conforme a STCP.
A sustentação para o desenvolvimento da atividade tem partido do crescimento da demanda por madeira. Mesmo após a crise de 2008 o consumo de papel e celulose, assim como o de painéis de madeira industrializada, compensados e serraria se mantiveram em alta.
Com o apoio da construção civil, o maior crescimento tem sido registrado no setor de laminados, que até 2009 consumia 5,3 milhões de toneladas e agora absorve mais de 6 milhões de toneladas (+20%).
Mas as indústrias de papel e celulose, destino de 37,5% da produção florestal brasileira, ainda dominam o mercado. Juntos, os dois segmentos produzem mais de 24 milhões de toneladas por ano.
Fonte: Caminhos do Campo Autor: Cassiano Ribeiro
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