terça-feira, 20 de setembro de 2011

EPAMIG faz Treinamento sobre a Cultura da Seringueira no Sul de Minas


Entre os dias 26 e 30 de setembro, o pesquisador da EPAMIG, Antônio de Pádua Alvarenga, vai realizar um treinamento sobre cultura da seringueira para produtores do município de São Gonçalo do Sapucaí, no Sul de Minas, e para técnicos da Emater-MG regional. Segundo ele, há muitos produtores interessados em iniciar a atividade na região.

"No município há apenas dois produtores que já plantaram seringueira. Quero destacar as alternativas de plantio e a possibilidade de consórcio com outras culturas, além de demonstrar os benefícios da seringueira ao meio ambiente. A cultura recupera e regenera áreas degradadas, como é o caso das pastagens, e é alternativa de renda para a região", ressalta Pádua.

O treinamento no Sul de Minas é financiado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, cuja demanda surgiu a partir de uma apresentação que a EPAMIG realizou em São Gonçalo do Sapucaí, em 2010, lembra Pádua. No primeiro dia de curso, o pesquisador fará uma apresentação geral sobre a cultura da seringueira para produtores da região e, em separado, para técnicos da Emater-MG e das cooperativas de produtores de café e de leite de São Gonçalo do Sapucaí. A programação inclui desde a parte básica (botânica e origem), passando por todo processo de produção de mudas, plantio e extração do látex.

Completando o treinamento, o grupo fará visitas técnicas às plantações e viveiros instalados no interior de São Paulo, como em São José do Rio Preto e redondezas, e conhecerá uma indústria processadora do látex.

Benefício para agricultura familiar

De acordo com o pesquisador Antônio de Pádua Alvarenga, a exploração da seringueira pode beneficiar a agricultura familiar. "São necessárias apenas duas pessoas para cultivar cerca de cinco hectares, que podem garantir uma renda mensal da ordem de R$ 3 mil", estima.

As condições favoráveis à produção de seringueira em Minas são confirmadas por pesquisas da EPAMIG Regional Zona da Mata. "Os principais fatores favoráveis à cultura, no estado, são a boa localização e a disponibilidade de água", ressalta.
           
Apesar dos resultados obtidos com a produção orientada por técnicos, usando adubação correta e proteção contra eventuais pragas, Minas Gerais tem pouca exploração de seringueira. "Contamos com cerca de três mil hectares em produção, enquanto o Brasil dispõe de 130 mil hectares, e no mundo inteiro a cultura está espalhada em mais de nove milhões de hectares. Há condições de desenvolver a cultura no estado, apesar de as características climáticas serem bem diversas das predominantes na região Amazônica, que é quente e úmida", observa o pesquisador.

Segundo Pádua, os produtores mineiros podem se beneficiar do crescente consumo de borracha no Brasil, com possibilidades de participar das exportações, inclusive ocupando parte do espaço deixado pelos grandes produtores da Ásia que, em futuro próximo, deverão vender o produto transformado. O crescimento da demanda por borrachas no Brasil (7,3% ao ano) foi mais acelerado do que o mundial (4,6% ao ano).

"Enquanto isso, o ritmo de crescimento da produção de borracha natural no Brasil (4,8% ao ano) em relação ao mundial (6,4% ao ano) mostra o país perdendo espaço na expansão da cultura".


Fonte:
ASCOM EPAMIG   comunicacao@epamig.br

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