quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Epagri Estuda Produção de Biodiesel de Microalgas


O engenheiro-agrônomo Matias Boll, da Epagri/Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Ciram), dedicou quatro anos de estudo na Universidade do Havaí, nos Estados Unidos, a pesquisas sobre a viabilidade da produção de biodiesel a partir de microalgas.

Na tese de doutorado, ele faz uma avaliação bioeconômica da produção de microalgas como matéria-prima alternativa para a fabricação de biodiesel no Brasil. “A pesquisa faz uma projeção do uso na produção de biocombustíveis em larga escala no Nordeste, avaliando possíveis impactos econômicos, ambientais e sociais“, detalha.
 
As microalgas podem se desenvolver em água doce e salgada e têm características importantes para a produção de biodiesel. “É o organismo que tem maior eficiência no uso da luz solar para produzir biomassa porque, diferente da soja e da mamona, por exemplo, não gasta energia para desenvolver estruturas como raízes e folhas”, explica Matias.

O pesquisador avaliou fatores como custo de produção, integração com a produção de etanol a partir da cana-de-açúcar, comparou a produção de microalgas com fontes como soja e mamona e desenvolveu um modelo matemático para otimizar o uso de terras cultiváveis na produção de biodiesel no Nordeste brasileiro.

A espécie avaliada foi Scenedesmus sp.. “De acordo com estudos preliminares, ela produz 8,5 mil litros de biodiesel por hectare, 12 vezes mais que a soja”, destaca Boll. Outra vantagem é que a alga não compete com a produção de alimentos.


Por necessitarem de luz solar abundante e de temperatura média de 25°C, as microalgas ainda não são vistas como uma possibilidade para produção de biocombustível em larga escala em Santa Catarina. Mas segundo Matias, nada impede que se descubra uma alga na região que faça bom uso da energia luminosa. “Será necessário termos, em breve, alternativas ao petróleo.

É vital para o futuro de todos os países e estados buscar independência na produção de energia e combustíveis”, defende.

Mar de possibilidades

As microalgas são as principais responsáveis nos oceanos pela absorção do CO2 atmosférico. Fontes de proteínas, carboidratos, ácidos graxos, pigmentos e vitaminas, algumas espécies são usadas nas indústrias alimentícia e farmacêutica.

Na aquicultura, alimentam moluscos, crustáceos, peixes e o zooplâncton e melhoram a qualidade da água. Pesquisas apontam que elas podem ser usadas na produção biodiesel e cultivadas em regiões impróprias para atividades agrícolas para diminuir o efeito estufa.

Mais informações na revista Agropecuária Catarinense vol. 24, n° 2.
Fonte: Matias Boll/Epagri/Ciram, no telefone: (48 – 3239-8007), e-mail:




Matéria produzida por Cinthia Andruchak Freitas, Epagri/GMC.

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