terça-feira, 2 de agosto de 2011

Analisando Mercado Agropecuário



Suíno vivo
Após quedas consecutivas nos preços do suínos, cotações se recuperam e o quilo vivo volta a superar os R$ 3,00 em São Paulo e Minas Gerais. O preço pago ao produtor chegou a aumentar 50% no Mato Grosso do Sul e São Paulo.

A valorização é impulsionada pela oferta restrita de animais para abate, consumo aquecido tanto nas exportações quanto no mercado interno e, também, pela maior procura dos abatedouros interessados em repor seus estoques.

Segundo a pesquisadora do Cepea, Camila Ortelan, o poder de compra do suinocultor teve uma recuperação expressiva de 45%, favorecido também por algumas baixas dos insumos, fator que acaba garantindo maior rentabilidade da produção. Apesar disso, como produtores têm poucos animais para vender nesse período, acabam não aproveitando tanto o efeito positivo dos reajustes.

Para Ortelan, ainda é preciso confirmar firmeza da demanda para garantir novas elevações nos preços nos próximos meses. "Por ora, a gente não espera fortes quedas novamente", acredita.  Para ela, é possível que os altos preços inibam um pouco a procura pelo produto, porém, com os altos preços das carnes bovina e de frango, a oferta suína não deve perder espaço no mercado. (Notícias Agrícolas)

Frango vivo
A incipiente reversão de mercado iniciada em junho (então, o frango vivo valorizou-se menos de 1% em relação ao mês anterior) acentuou-se no primeiro mês do segundo semestre, apenas confirmando um comportamento que é habitual neste período do ano: com o início da entressafra da carne bovina começa, também, a reversão do mercado do frango.

Mas este começo de entressafra foi marcado, muito mais, por um ingrediente novo: a redução da produção e, com ela, uma oferta bem melhor ajustada à demanda, algo que já era previsto há mais tempo. Afinal, sem que houvesse qualquer redução dos custos, a remuneração obtida pelo frango vivo caiu mais de 25% no curto espaço de 60 dias, a ponto de tornar o produto oneroso para os criadores. Nessas circunstâncias, não havia como manter a produção anterior.

O primeiro efeito dessa redução foi o registro, em julho, da melhor variação mensal do frango em 2011 – um aumento de 9,5% sobre o mês anterior, contra variações positivas de 2,78%, 0,92% e 0,76% em fevereiro, março e junho; e variações negativas de 5,73%, 11,90% e 20,17% em janeiro, abril e maio.

Mesmo com isso, porém, o frango vivo apenas alcançou, em julho, a maior média de preços do trimestre maio-julho, continuando abaixo do registrado no quadrimestre inicial do ano ou, mesmo, em dezembro de 2010. Em decorrência, permanece com evolução negativa de preços no ano.

O menor preço, no entanto, não está resumido somente a esse aspecto. Por exemplo, o fato de o preço médio de julho ter aumentado 12,69% em relação a julho de 2010 é falacioso: no sétimo mês do ano passado a cotação retrocedeu cerca de 13% em relação ao ano anterior. Dessa forma, a média de julho de 2011 continua aquém, também, da média de julho de 2009. Ou, contra os R$1,77/kg atuais, R$1,80/kg dois anos atrás.

Outra falácia está no preço médio alcançado pelo frango vivo nos sete primeiros meses de 2011, da ordem de R$1,82/kg, valor 10,50% superior à média anual de 2010. Pois bem: lá, considerados os preços da ave viva e do milho, tinha-se uma relação de 1:4,6 (uma tonelada de milho adquirindo 4,6 toneladas de milho). Neste ano essa relação está em 1:3,4, o que significa que o produtor perdeu pelo menos um quarto de sua capacidade aquisitiva em relação à principal matéria-prima do frango. Portanto, o aparente ganho do ano não tem qualquer significado econômico ou financeiro para o produtor.

Agora, com a chegada da entressafra, espera-se alguma recuperação. Mas para que isso se concretize é fundamental o setor não esquecer que a remuneração justa só se mantém enquanto há equilíbrio entre o que é ofertado e o que é demandado. (Avisite)

Ovos
Em julho, o ovo registrou desempenho que, se não é inédito, pelo menos não é observado há um bom tempo: manutenção do mesmo preço por todo o decorrer do mês, o que - considerando-se que a cotação obtida vigorou desde o dia 25 de junho de 2011- significou sete semanas consecutivas de preço estável.

O mais destacável, no entanto, é que essa estabilidade foi obtida em mês de férias escolares, período em que o setor, além de não poder contar com a demanda de um de seus mais expressivos consumidores – a merenda escolar – convive com natural queda de consumo em função das férias de parte da população.

Nos últimos dois anos não havia sido assim: em julho de 2010, o ovo encerrou o mês com uma cotação 10% menor que a do início do mês. E em 2009 esse recuo foi de 17,5%. O que houve de diferente desta vez? Não há dúvida de que os dias mais frios não só tiveram efeito sobre a produção, como também reduziram a pressão sobre o mercado: com as temperaturas mais baixas, a necessidade de colocar a produção no mercado o mais imediatamente possível se tornou menor.

Mas o fator-chave, com certeza, foi a atuação dos produtores, que se prepararam para o período de menor demanda acelerando os descartes das poedeiras mais velhas e/ou menos produtivas. Com isso, mesmo enfrentando fortes pressões contrárias (a comercialização nos últimos dias do mês é sempre bastante difícil e quase invariavelmente ocasiona a queda das cotações), o setor chegou ao final do mês com a cotação inalterada, sem as baixas que marcaram os últimos dias de meses como janeiro, fevereiro, abril e junho.

Mesmo assim, o resultado obtido pode ser considerado somente "menos mal". Porque o valor médio registrado pela caixa de ovos no mês acabou ficando 2,25% abaixo daquele alcançado no mês anterior. Como ficou abaixo, também, das médias alcançadas no bimestre março-abril ou, mais exatamente, no período de Quaresma. De toda forma o valor de julho foi o quarto melhor dos últimos 12 meses, além de superar em 24% a cotação média de julho de 2010.

Seria isso uma vantagem? Seria, se o ganho registrado não tivesse sido corroído pelo aumento de custo da matéria-prima básica do setor - o milho, que de julho de 2010 para julho de 2011 aumentou mais de 60% e, com isso, neutralizou a possível vantagem econômica existente na valorização anual de 24%.

Os preços do ovo, portanto, permanecem defasados. Mas ganham nova chance de recuperação com a chegada de agosto e o reinício do período letivo em todo o País. Que não se perca de vista, porém, a necessidade de manter o equilíbrio da produção. (Avisite)

Ovos Brancos
Ovos vermelhos

Boi gordo
A arroba do Boi Gordo no Estado de São Paulo, segundo informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) encerrou a sexta-feira cotada a R$ 102,31 com a variação em relação ao dia anterior de 0,10%.  A variação registrada no mês de Julho foi de 6,08%. (Valor por arroba, descontado o Prazo de Pagamento pela taxa CDI/CETIP).

O valor da arroba em dólar fechou a semana cotado a US$ 65,88.

Média ponderada de arroba do boi gordo no Estado de São Paulo - base de ponderação é a mesma usada para o Indicador Esalq/BM&F.

Valores a prazo são convertidos para à vista pela taxa NPR.

A referência para contratos futuros da BM&F é o Indicador Esalq/BM&F
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Soja
A saca de 60 kg de soja no estado do Paraná, segundo informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) encerrou a sexta-feira cotada a R$ 48,52. O mercado apresentou uma variação de -1,86% em relação ao dia anterior. O mês de Julho apresentou uma variação de 3,23%.
O valor da saca em dólar fechou a semana cotado a US$ 31,24.

Físico - saca 60Kg - livre ao produtor

Milho
A saca de 60 kg de milho no estado de São Paulo, segundo informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) encerrou a sexta-feira cotada a R$ 30,17 a saca. O mercado apresentou uma variação de -0,57% em relação ao dia anterior e de -1,53% no acumulado do mês de Julho.

O valor da saca em dólar fechou ontem em US$ 19,42.

O Indicador Esalq/BM&F à vista, que tem como base Campinas-SP, distingue-se da média regional de Campinas porque utiliza o CDI como taxa de desconto dos valores a prazo. No mercado físico (média regional Campinas), porém, a taxa mais usual é a NPR. Já os valores a prazo são iguais.

Físico - saca 60Kg - livre ao produtor


Fonte: Iepec e Portal do Agronegocio

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