Micoplasmas são micro-organismos responsáveis por diversas patologias de animais economicamente explorados e silvestres. São responsáveis por enfermidades que afetam diretamente a economia das propriedades rurais, resultado da queda progressiva na produção.
Podem ser transmitidos de diversas formas, diretas e indiretas, além de também existir a possibilidade da transmissão placentária. A transmissibilidade venérea dos micoplasmas para fêmeas sãs, através de partidas de sêmen contaminado, é de relevante importância.
Mycoplasma spp. tem distribuição mundial e pode ser disseminado por meio do comércio internacional de animais, sêmen industrializado e produtos de transferência de embriões.
As micoplasmoses são enfermidades que apresentem manifestações clínicas diversas de acordo com a espécie animal acometida e com a espécie de Mycoplasma e/ou Ureaplasma presente na infecção.
Em bovinos, as principais espécies envolvidas em patologias reprodutivas são M. bovis, M. bovigenitalium, M. bovirhinis, M. mycoides subsp. mycoides e Ureaplasma diversum podendo causar mastite, agalactia, vulvo-vaginite granular, salpingite, endometrite, abortamentos, repetição de cio, morte embrionária, orquites, epididimites. Outras espécies de micoplasmas podem também causar artrites, pneumonia enzoótica, pleuropneumonia e pododermatites em bovídeos.
Em caprinos e ovinos, M. agalactiae, M. capricolum, M. conjuntivae, M. mycoides subs. mycoides, Ureaplasma spp., entre outras, são responsáveis por síndromes que envolvem mastite, agalactia, pleuropneumonia, conjuntivite e artrite. Com o aumento do número de criatórios dessas espécies animais no Brasil, além do aumento da demanda de animais importados pelo setor, o estudo das micoplasmoses nessas espécies tem sido tema de fundamental importância.
Em suínos, Mycoplasma hyopneumoniae pode causar pneumonia enzoótica (EP), além de estar envolvido no Complexo das Doenças Respiratórias em Suínos (PRDC). Além disso, processos de artrite também podem ser causados por outras espécies de Mycoplasma.
Várias técnicas diagnósticas são utilizadas para a detecção direta e/ou indireta dos Mycoplasmatalles. Apesar de as técnicas de referência (Gold Standards) preconizadas pela Organização Mundial para a Saúde Animal (Organização Internacional de Epizootias - OIE) serem baseadas, em sua maioria, em técnicas bacteriológicas e sorológicas, como ELISA e Fixação do Complemento, técnicas moleculares como a PCR e a DGGE (Denaturing Gradient Gel Eletrophoresis) têm apresentado um grande avanço no diagnóstico das micoplasmoses, pois, além de detectarem estirpes inviáveis para o isolamento, requerem pequenas quantidades de DNA presentes na amostra clínica a ser analisada.
O isolamento bacteriológico permite a detecção de diferentes estirpes de Mycoplasma spp., no entanto, diversas estirpes de Mycoplasma isoladas não podem ser diferenciadas em espécie através desta técnica, já que a morfologia colonial é muito semelhante. O resultado final é considerado positivo para o gênero Mycoplasma, quando não há disponibilidade para tipificação sorológica e/ou molecular das estirpes.
Atualmente, o Laboratório de Micoplasmoses, vinculado ao Laboratório de Doenças Bacterianas da Reprodução, do Centro de P&D de Sanidade Animal, oferece suporte clínico-laboratorial para estudo das micoplasmoses em animais de produção, visando sua profilaxia e controle, além de orientar veterinários de campo para colheita e remessa de amostras biológicas.
O laboratório encontra-se em condições de apoiar programas sanitários federais onde as micoplasmoses animais sejam contempladas e fornecer subsídios aos órgãos competentes e propor as diretrizes para ações sanitárias relacionadas à prevenção dessas doenças.
Fonte: Instituto Biológico Autora: Maristela Vasconcellos Cardosomarisvc@biologico.sp.gov.br Centro de P&D de Sanidade Animal
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