segunda-feira, 6 de junho de 2011

Alimentação Nutritiva para um Rebanho Produtivo


Gramíneas e leguminosas são plantas diferentes entre si, porém, ambas correspondem a famílias de espécies que formam o grupo das forrageiras – fonte de alimento de grande importância para o desenvolvimento e reprodução de animais ruminantes, como bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos.

As leguminosas possuem forma e estrutura de plantas cujas sementes contam com dois cotilédones, as primeiras folhas que surgem na fase de germinação. Por isso, são chamadas de dicotiledôneas. As gramíneas, por sua vez, são monocotiledôneas – as sementes têm um cotilédone. Outra particularidade de cada espécie é que as folhas das leguminosas são compostas e as das gramíneas lineares. Essas características, contudo, têm apenas importância para uma classificação botânica.

A grande diferença entre os dois tipos de plantas, no entanto, está no mecanismo utilizado para atingir a evolução a partir da quantidade que dispõem de carboidratos e proteínas. Enquanto as gramíneas fornecem energia muito mais na forma de carboidratos, as leguminosas, plantas que são representadas por vagens como feijão e soja, têm como grande benefício a maior oferta de proteínas.

O alto teor de proteínas em leguminosas vem da sua capacidade de fixação de nitrogênio da atmosfera. Isso ocorre por conta da presença de bactérias nas raízes dessas plantas. Ao receberem água e nutrientes das leguminosas por meio de nódulos, os micro-organismos colonizadores absorvem maiores teores de nitrogênio da atmosfera e liberam parte dele para a planta fabricar suas proteínas.

Como são mais eficientes na absorção de água e menos sensíveis a altas temperaturas e à radiação solar, as gramíneas respondem mais rapidamente à fotossíntese – processo realizado pelas plantas para a produção de energia necessária a sua sobrevivência. Com desenvolvimento mais veloz, as gramíneas conseguem acumular mais massa (matéria seca), o que as torna plantas mais produtivas.

Antes de decidir pelo plantio de forrageira adequada à propriedade, deve-se analisar alguns aspectos do sistema de produção utilizado, como pastejo contínuo ou rotacionado, e as condições de clima e solo do local. Também é importante levar em conta as características das plantas durante o manejo.

Na pastagem para uso de alimentação de animais, o ideal seria disponibilizar uma gramínea e uma leguminosa compatíveis entre si. A combinação das duas espécies permite à criação obter uma dieta equilibrada em energia e proteína. Além disso, quando uma entra em período de menos força produtiva, a outra responde como fonte nutricional necessária.



EXEMPLOS DE CADA ESPÉCIE LEGUMINOSAS FORRAGEIRAS

Alfalfa – Planta perene, típica de clima temperado, mas com capacidade para se adaptar a uma grande variedade de temperaturas; prefere solo areno-argiloso, profundo, bem drenado e com pH entre 6,5 e 7,5.

Estilosantes – Espécies nativas adaptáveis a solos de baixa fertilidade e arenosos; possuem sementes pequenas, cuja profundidade de plantio não deve ser maior que dois centímetros; apresentam boa digestibilidade, possibilitando maior ganho de peso dos animais.

Desmodium – Espécie nativa; arbusto perene com até um metro de altura indicado para climas tropicais e solos leves de baixa a média fertilidade.

Leucena – Arbustiva perene e tolerante à seca, tem bom desenvolvimento em regiões tropicais e em solos férteis, profundos e bem drenados.


GRAMÍNEAS

Capim-colonião – Planta perene que pode atingir até três metros de altura na forma de touceiras; exigente de altas temperaturas e umidade, com melhor adaptação em solos arenosos férteis e em regiões com boa incidência de chuvas.

Braquiária – forrageira de maior utilização no Brasil; tem boa produção em solos ácidos, como os de cerrado; do total de sementes vendidas no país, a Brachiara brizantha responde por cerca de 50%.

Capim-gordura – Também conhecido como catingueiro, chega a medir um metro de altura ou mais; perene e pouco exigente em fertilidade, tem bom desenvolvimento em solos ácidos e em regiões tropicais e subtropicais.

Sorgo forrageiro – Rústico e de rápido crescimento, suporta seca prolongada; pode ser empregado em pastejo direto ou de corte para forragem.

Aveia forrageira - De clima temperado e subtropical, suporta períodos secos e geadas; adapta-se bem a vários tipos de solo, mas não tolera baixa fertilidade, como também excesso de umidade e temperaturas altas.

CONSULTORA: CACILDA BORGES DO VALLE, pesquisadora em melhoramento de braquiária da Embrapa Gado de Corte, BR-262, km 4, Caixa Postal 154, Campo Grande, MS, CEP 79002-970, tel. (67) 3368-2077



MAIS INFORMAÇÕES: podem ser encontrados mais detalhes em Fonseca, D. M. e Martuscello, Janaina A. (Plantas forrageiras); Pires, W. (Manual da pastagem); anais dos simpósios sobre manejo e pastagem da Esalq/USP), http://www.tropicalforages.info/ e http://criareplantar.com.br/pecuaria/lerTexto.php?categoria=19&id=89

Fonte: Globo rural

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