segunda-feira, 23 de maio de 2011

Fava D´anta Cultivo e Manejo

 
A riqueza e diversidade do cerrado brasileiro se revelam em plantas como a fava d’anta
O interesse comercial na fava d’anta se concentra em compostos medicinais presentes em seus frutos. A rutina, extraída da fava d'anta, é uma substância química que atua no processo de envelhecimento, possui propriedades vasoprotetoras, atuando sobre a resistência e permeabilidade capilar semelhantemente à vitamina P. Essas e outras propriedades atraem laboratórios farmacêuticos, que têm estimulado a preservação e a exploração comercial da planta.
Nome popular da fruta: Fava d’anta (favela, faveira, falso-barbatimão, cinzeiro, farinheiro)

Nome científico
: Dimorphandra mollis Benth.

Origem: Brasil (cerrado)

Fruto: O fruto é um legume achatado, de cor variando de marrom-escuro a quase negro; opaco, com superfície irregular, rugoso, de ápice e base arredondados, bordo irregular e lenhoso (seco). O comprimento varia de 10 a 15 cm, com 3 a 4 cm de largura. Cada vagem produz de 10 a 21 sementes alongadas e avermelhadas.

Planta: Árvore pequena e mediana de porte tortuoso, pode atingir entre 8 e 14 m de altura. Folhas grandes e bipinadas, com folíolos alternos ou subopostos. Flores são pequenas de cor creme-amarelada, em espigas.

Cultivo: As sementes de fava d’anta são obtidas pela a coleta da vagem diretamente das plantas no campo, quando está madura e com boa formação das sementes. O período de maturação das vagens e formação das sementes é de julho a agosto, podendo estender-se, em algumas áreas, até setembro.

A quebra da dormência da semente é feita com a escarificação (passar em superfície áspera para promover sulcos em sua pele), até aparecer a parte amarelada, no lado contrário ao embrião - órgão germinativo da planta.

Após a escarificação, as sementes são imersas em água por um período de 8 a 12 horas, para entumecimento. Passado este período, as sementes são colocadas em sacos contendo substrato (terra ou areia), a cerca de 2 cm de profundidade. As sementes têm viabilidade em armazenamento superior a 4 meses. As mudas são transplantadas para embalagens individuais quando atingirem 4 cm. Ficam prontas para o plantio entre 8 e 10 meses.

Usos: O interesse comercial na fava d’anta se concentra nos compostos medicinais presentes em seus frutos.

A rutina é extraída da fava d anta, que possui alto teor da substância. O rendimento médio é de 8 g de rutina para 100 g de pericarpo. A rutina é uma substância química que atua no processo de envelhecimento, melhora a circulação sanguínea e alivia as dores de varizes e hemorróidas por meio de mecanismos ainda desconhecidos. 

Possui propriedades vasoprotetoras, atuando sobre a resistência e permeabilidade capilar semelhantemente à vitamina P. Outra propriedade atribuída a esta substância é sua ação antiinflamatória. A rutina pode também ser usada como agente terapêutico no tratamento de doenças que envolvem radicais livres.

As vagens são processadas totalmente, por trituração, para a extração de princípios ativos, principalmente a rutina, que é utilizada como medicamento pelas indústrias farmacêuticas. No mercado encontra-se sob a forma de medicamentos, vitaminas e complementos alimentares.

Os subprodutos obtidos após a extração da rutina têm sido utilizados como alimento, principalmente para animais silvestres, pois não há formulação disponível para animais domesticados.

Além da rutina, a madeira da fava d’anta é empregada para tabuado, confecção de caixas, compensados, forros, painéis, brinquedos, lenha e carvão. 

É uma planta ornamental, considerada excelente para paisagismo e recuperação de áreas degradadas, de solos pobres. A casca é rica em tanino, bastante utilizado no curtimento de couro.
 
Fonte: Sebrae   Autor : Pierre Vilela

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