sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Matrinxã Rápido Crescimento e Alto Valor Comercial




Matrinxã, peixe de escamas, coloração prateada, corpo alongado, capaz de atiangir 80 centímetros de comprimento e cinco quilos de peso, encontrado nas bacias amazônica e Araguaia-Tocantins. Tem nadadeiras alaranjadas, mas a da cauda é escura. Seus dentes são pontiagudos e dispostos em várias fileiras. Peixe do gênero Brycon, do qual também fazem parte a piracanjuba, a pirapitinga, a pirapitanga e a piabanha, vive em rios de águas claras, principalmente junto a pedras e troncos submersos, alimentando-se de frutinhas, sementes, insetos e pequenos peixes.

Sua carne é muito apreciada pelos consumidores, apesar da espinha excessiva. Restaurantes e pesque-pague são bons canais de venda para quem os cria. Na Amazônia, os piscicultores manejam o matrinxã em canais de igarapés. Seu manejo é relativamente fácil, posto que se adapta bem em águas correntes e limpas. A espécie ainda tem a vantagem de resistir a águas mais frias e ácidas. Pela tolerância a áreas de altas densidades, possui ótimo crescimento em sistemas de cultivo.

Em um ano, devido a sua boa conversão alimentar, a espécie chega a atingir de 800 gramas a 1,2 quilo de peso. Tais características classificaram o matrinxã como recomendado para criatórios desenvolvidos pela agricultura familiar.Contudo, a baixa oferta de alevinos é um fator que dificulta a expansão da atividade de criação do matrinxã. Além de a desova concentrar-se apenas nos meses de outubro a fevereiro, esse peixe tem de vencer um importante desafio logo que nasce.

 Nas primeiras 36 a 72 horas de vida, espécies do gênero Brycon praticam o canibalismo, cujo comportamento, se não for inibido, pode levar a uma grande redução da população dos peixes. Também por esse fato, o preço de venda de alevinos é alto, oscilando entre R$ 300 e R$ 400 o milheiro.

CRIAÇÃO MÍNIMA: 20 milheiros para fins comerciais
CUSTO: de R$ 300 a R$ 400 é o preço do milheiro
RETORNO: um ano
REPRODUÇÃO: induzida por hormônios


INÍCIO

A necessidade de experiência no cultivo de matrinxã na fase inicial torna a compra do peixe em estágio mais avançado de desenvolvimento a melhor opção para quem conhece pouco a atividade. Assim, é indicado comprar alevinos com mais de 60 dias, após as fases de recria e de pré--engorda. Para adquirir, há viveiristas com criação da espécie em várias regiões do País. Porém, antes da compra, procure ter referências do local da venda para garantir a qualidade do matrinxã.

TRANSPORTE

Do viveirista ao local de criação, transporte os peixes em saco plástico com água e com cuidado. Evite fazer esse deslocamento em dias de muito sol ou calor intenso. No viveiro de cultivo, mergulhe o saco fechado com alevinos para aclimatação. Após 20 minutos, abra o saco e, aos poucos, misture a água dos dois ambientes.

AMBIENTE

O matrinxã é uma espécie de peixe que vive bem em águas correntes, frias, alcalinas, neutras e até ácidas. Em seu hábitat natural, em rios de águas claras, o matrinxã gosta de ficar junto a pedras e troncos submersos.

ESTRUTURA

O local de criação do matrinxã pode ser em tanques escavados, gaiolas e ainda feito a partir do desvio de um pequeno rio ou riacho, com água de qualidade. No estado do Amazonas, os igarapés são bastante utilizados como sistema intensivo. Para construção da área, são necessárias paredes laterais que podem ser de madeira ou pneus usados. Pilastras de concreto com ranhuras, onde são colocadas tábuas de contenção de água, são usadas para elevar o nível de água. Recomenda-se uma vazão mínima de 30 litros de água por segundo e módulos de até 100 metros quadrados, com espaço médio entre si de 1:5.

CUIDADOS 

Embora resistente, o matrinxã precisa de alguns cuidados gerais na criação para não se estressar nem ficar vulnerável a doenças. Para não causar perdas na atividade, é bom evitar alta concentração de peixes, alimentação intensiva, acúmulo de matéria orgânica, além de manter a limpeza do viveiro.

ALIMENTAÇÃO

A preferência do matrinxã é por frutos, sementes, insetos e peixes pequenos, ocasionalmente. Em cativeiro, porém, pode ser fornecida a mesma ração peletizada para peixes carnívoros. Ofereça 10% do peso total do plantel dividido em quatro a seis refeições por dia. O custo da alimentação pode variar de 50% a 80% dos custos totais da criação. Guarde a ração em local seco, bem ventilado, temperatura amena e protegida de insetos, animais e luz solar direta. Mantenha estoques somente para 30 dias.

REPRODUÇÃO

 O uso de hormônios para a reprodução induzida do matrinxã é uma prática complexa, que necessita de tecnologia específica e, portanto, reservada para quem já é profissional na atividade. O processo natural de canibalismo nas primeiras 36 horas de vida dos alevinos de matrinxã também exige do criador cuidado redobrado.




Fonte:  GLOBO RURAL

Geraldo Bernardino é secretário executivo adjunto da Sepa - Secretaria Executiva Adjunta de Pesca e Aquicultura, Sepror - Secretaria de Estado de Produção Rural, Manaus, AM, tel. (92) 3237-4025, gbernardino@sepror.am.gov.br
Onde adquirir: Águas Claras, (19) 3656-6911; Fazenda Santo Antônio, (92) 9114-4838; Projeto Pacu, (67) 3321-1220
Mais informações: o Instituto de Pesca oferece orientação técnica qualificada, Av. Francisco Matarazzo, 455, Parque da Água Branca, CEP 05001-900, São Paulo, SP, tel. (11) 3871-7530, fax (11) 3872-5035,
instituto@pesca.sp.gov.br, www.pesca.sp.gov.br

3 comentários

Unknown 18 de janeiro de 2017 às 03:50

Boa tarde. Tenho um lago de 500m2 tem varias especies, e muitos matrinxãs, estranho que eles estão reproduzindo naturalmente aqui. O que será q está acontecendo??
Se souberem aguardo um retorno

Grato

Unknown 18 de janeiro de 2017 às 03:54

Ref comentários anteriores, p meu email e adilson1martins@hotmail.com
O lago fica na cidade de Bertioga, a agua do lago acompanha a maré, pós é um lenço freático, porém a água é doce

judasanjoy 27 de março de 2024 às 04:28

"Classificação de Plantas Frutíferas" is a comprehensive and well-organized book on botanical classification of fruit plants. It provides clear and concise descriptions of families and species, precise scientific terminology, and images for plant identification. It is useful for students, botanists, agricultores, and anyone interested in fruticulture. However, it may be too technical for non-botanical readers and may be outdated.
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